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Outra vez: prefeito de Horizontina pode ser cassado

O ex-prefeito de Horizontina, no Noroeste do Rio Grande do Sul, Irineu Colato (PP), teve as contas reprovadas pela 120ª Zona Eleitoral. Segundo a sentença, assinada pelo juiz Antônio Luiz Pereira da Rosa, o ex-prefeito teria feito uso de caixa dois e também não abriu contas específicas para a movimentação do dinheiro da campanha deste ano. Colato se elegeu novamente com 35% dos votos, depois que ele e o vice foram cassados em 2004. Se o Ministério Público Eleitoral pedir e a Justiça Eleitoral aceitar a cassação do prefeito eleito até o dia 18 deste mês, ele aguardará a decisão do Tribunal Superior Eleitoral fora do cargo. Procurado pela imprensa, Colato aguarda para se manifestar sobre o caso, mas já avisou que vai recorrer da decisão.

Problemas da tecnologia

Os Filhos do Positivismo

Júnior Grings, Campos Lindos - TO

Deixo as relações com a tecnologia desse pequeno manuscrito por conta dos leitores do Blog. O assunto parece sem propósito, ou inadequado. Todavia, estou em uma cruzada contra essas “ervas daninhas”. Escondem-se fantasiados em pessoas normais, cultivam, aparentemente, um pensamento moderado, incrivelmente juram fazer parte de um pensamento de vanguarda. No menor vestígio de polêmica, despejam todo o seu verbo, erguem o pavilhão da "amor, pela ordem e progresso", a moral (ou moralidade) sustentando a família. Família que é o alicerce de tudo.

Não tenho problema algum com ordem, moral e família. Nenhum mesmo. Entretanto, qualquer um desses três “elementos” só têm sentido quando se justificam. Sei, preciso clarear isso; começarei pela família: qual o sentido de ter uma família por simples aparência? O que mantém uma família em harmonia é a boa convivência, estabelecer parâmetros ou fazer julgamentos sobre o que é uma família. Trata-se de um ótimo recheio de lingüiça para as pregações. Impor um relacionamento familiar, é por si só não ter uma família.

Ordem? Ordem por ela mesma não quer dizer nada. Podemos dizer sem medo algum: a ordem existe apenas depois de uma convenção sobre ela (ordem crescente, ordem decrescente, ordem aleatória). Existe ordem somente quando tudo está no seu lugar. Exigir ordem é querer que nada se altere, por inferência lógica, com ordem não existe progresso. Precisamos do caos e da crise para formularmos uma nova ordem, consequentemente progredir ou não.

Agora vamos enfrentar a moral. A moral é feita de regras de convívio absorvidas tacitamente. Por isso, temos que ter presente que se a moral vem do convívio, o próprio pode muda-lá. Todo conviver social evoluí. Por conseguinte, a moral vai adequando-se a evolução. Impor conceitos morais é impor contra a convivência. Se ela acontece de forma tácita, as mudanças morais vão acontecendo. Não aceitar isso é não aceitar a própria moral.

As belezas do Tocantins

Júnior Grings, Campos Lindos (TO)

Alguns dias desaparecido aqui do Capeta, mas podem ficar tranqüilos: continuo vivo. A rotina de trabalho apertou um pouco, por causa do final de ano. Na última quinta-feira (4), presenciei uma cena rara e de imensa beleza: dois filhotes de Jaguatirica cruzaram nosso caminho. Assim que perceberam nossa presença, pularam para o mato. Foram alguns segundos apenas, nem tempo para a fotografia. Entretanto o registro em nosso cérebro ficou. A natureza é bela em sua essência.

Falando em beleza da natureza: um pouco antes do entardecer, o tempo armou-se para a chuva. Já estávamos na cidade e conseguimos registrar a cena. Posteridade por si só. Os créditos da fotografia ficam por conta do meu colega Solano Dickel Dias.

Para admirar ainda mais a paisagem, clique na foto.



Universidade + universitário = crise (ou acomodação?)

Júnior Grings, de Campos Lindos (TO)

Qual é a real função da universidade? Ou, talvez, poderíamos reformular a pergunta: qual é a principal função da universidade para com o universitário? Com certeza, em qualquer enquête, a “profissionalização” apareceria com um largo percentual, por inferência apareceria também “ensinar”, ou promover ensinamentos. Entretanto, o primeiro objetivo, e por assim principal, é provocar uma crise. Isso, provocar crise.

Constitucionalmente, todo formado em nível superior tem um contrato fixado com o país, onde ele se compromete em ser um agente de desenvolvimento econômico, social e cultural, da sua região. Os leitores mais apressados possivelmente devem estar se perguntando, e a crise onde entra nisso?

Ser agente do desenvolvimento é criar novos conceitos, é ir muito além da repetição de técnicas. Precisamos gerar conhecimento tanto dentro como fora da universidade. Para gerar novos conhecimentos ou conceitos, precisamos derrubar os estabelecidos anteriormente. Só derrubamos nossas convicções pré-estabelecidas se entrarmos em crise, se vivermos em crise.

Falar isso dentro das paredes da academia soa como uma heresia. Incrivelmente, a fábrica de formadores de conceitos, está moldada para ser uma fábrica de técnicos. Jovens entram aos montes nos cursos superiores esperando aprenderem direitinho o manual prático da profissão escolhida.

Indubitavelmente, precisamos da crise para nossa evolução teórica. Ser agente do desenvolvimento é ser agente da crise. A técnica é fundamental, mas novas técnicas só surgem da crise.

Poema da redação para um correspondente no Tocantins

Juca Fortes
Custa escrever:
"tô aqui no TO e o mundo é lindo!” ou
"A vida é uma merda e tô aqui no tocantins.”
Custa mandar um alô?

Junior Grings, da um sinal, manda um fax, um e-mail,
um sedex com as frutas da estação!
Manda uma foto das terras que você comprou!

Sinceramente e com apreço,
O Blog do Capeta

PS: da próxima vez escreve o nome do fotografado na legenda da foto da cara do fotografado.
Entendeu?

O locutor de Campos Lindos



















Júnior Grings, de Campos Lindos (TO)

Estou em viagem ao norte do país. A trabalho, claro. Ainda não me sobraram vinténs para umas férias. O nome da pequena cidade onde estou ancorado é Campos Lindos, fica na divisa do Tocantins com o Maranhão. Quero aos poucos apresentar a cidade aos amigos do Capeta. Hoje, eu apresento uma grande figura, um locutor da rádio local: Elton Alves da Silva, popularmente conhecido com o pseudônimo de TomBH.

Tom anima as noites da cidade com o seu programa Toca Tudo no Ar (com direito trocadilho e tudo). O nome da rádio onde Tom apresenta o seu programa é Serra FM. Podemos dizer que o Senhor Alves da Silva é uma metralhadora de palavras ambulante. Em apenas cinco minutos ele despeja uma centena de histórias. Elton veio parar em Campos Lindos após sua empresa passar por aqui. Gostou dos ares e ficou.

Para encerrar nosso primeiro relato nortista, lá vai uma frase bem usada pelo nosso impetuoso amigo: “ Te pela e te deita. Te deita e não te Tapa”.

Horizontina Futsal na luta pelo tetra





















Júnior Grings, de Horizontina


Horizontina Futsal, atual tri-campeão gaúcho, joga sua vida na série ouro nesse sábado. Alternando altos e baixos durante o ano todo o time de Horizontina ocupa hoje a oitava colocação na tabela de classificação com 25 pontos. Nesse sábado às 20 horas e 30 minutos enfrenta no Edio Stoll a equipe do Bom Gosto Futsal de Tapejara, que atualmente se encontra na nona colocação com 24 pontos. Um ponto atrás da equipe de Horizontina. Vencendo os horizontinenses garantem a classificação para a próxima fase, já uma derrota complica a vida da equipe na competição.


Mais do que nunca o Horizontina Futsal precisa do apoio da sua torcida, que esse ano ainda não lotou o ginásio. É bom lembrar que nos últimos anos, a torcida horizontinense fez a diferença tanto dentre como fora de casa. A foto postada ilustra bem isso, torcedores saíram de Horizontina viajaram mais de 500 km para ver a equipe conquistar o tri-campeonato em Caxias do Sul contra a UCS/Cortiana em 2007.

Um dos mais emblemáticos Torcedores do Horizontina Futsal é Paulo Stein também conhecido como Preto, fundador da Torcida 10 Organizada, Preto parece já ter a receita para o Tetra-Campeonato: Temos que vencer o jogo e espero que a torcida apóie o time, basta vencermos para chegar entre os 8 classificados. Depois a camisa vai ter que pesar e vamos em busca do tetra. Já fomos desacreditados outras vezes, e nessa hora, quando torcida e time se unem é que crescemos.


Os créditos da foto são da equipe de Marketing do Horizontina Futsal.

A verdadeira função da linguagem


Júnior Grings, de Horizontina

Vale lembrar que toda manifestação de linguagem é válida quando cumpre o que se propõe. Entretanto, (precisa algum argumento?). Créditos da foto para o meu amigo Vadenilson Patussi, que está expedicionando no Tocantins.
OBS.: Clique na imagem para ver os detalhes.

Problemas da Tecnologia VII


Júnior Grings, de Horizontina

Quem nunca baixou uma música da internet que atire a primeira pedra. Criar ferramentas de interação para as pessoas é também criar a possibilidade de multiplicar e fortalecer sentimentos comuns. Desde a minha adolescência convivi com uma prática comum entre jovens, a troca de sons, compartilhar músicas é algo extremamente natural.

A tecnologia veio e oportunizou ferramentas capazes de multiplicar essa prática pelo mundo inteiro. Uma prova disso é a comunidade no Orkut “Discografias”. Comunidade que caminha a passos seguros para um milhão de participantes. Sua principal atividade é disponibilizar links com músicas em mp3 para os internautas fazerem downloads.

Agora essa comunidade tem sua existência assombrada pela APCM (Associação Antipirataria Cinema e Música), que inclusive chama a “Discografias” de seu principal cliente em que tange música. Acompanhe matéria da FOLHAOLINE.

Como eu mencionei acima, criar ferramentas de interação para as pessoas é também criar a possibilidade de multiplicar e fortalecer sentimentos comuns. Os direitos autorais devem ser preservados, mas talvez se as gravadoras abrissem a caixa preta dos custos de um CD ou DVD, e tivessem a disposição de discutir alternativas com os maiores interessados (os consumidores) seria muito mais fácil de diminuir a pirataria. Antes disso, viva a pirataria, viva a “Discografias”.

Problemas da tecnologia VI: conhecimento e informação


Jr. Grings, de Horizontina

Talvez esse tema não seja propriamente um problema da tecnologia. Mas como o Everton Maciel sugeriu que eu voltasse com essa série, aqui estou. Alguns dias atrás um jovem, estudante do ensino médio, fez uma afirmação que me deixou preocupado. Seu tom de voz aumentou para exclamar que: “a internet é inegavelmente a maior revolução do conhecimento”. Fugi como um rato da discussão. Achei totalmente descabido o ambiente e os ânimos para o debate. Entretanto, resolvi enviar-lhe um e-mail como também postar no blog o conteúdo.

Talvez minha ignorância seja suficientemente grande para tapar meus olhos ao obvio, todavia, dar poderes revolucionários à internet sobre o conhecimento, é algo que me apavora. É inegável que a rede mundial de computadores é a revolução do acesso às informações. Com a internet, temos acesso, em poucos minutos, a grandes ou pequenos acontecimentos do mundo inteiro. Mas informação não é conhecimento. Não chegamos ao conhecimento sem informações, nem aqui e nem na China, mas as formas de se chegar ao conhecimento ainda são as mesmas da Grécia Antiga até hoje. Não existem atalhos para o conhecimento, ainda precisamos de leitura e reflexão (muito além do esgotamento, diga-se de passagem).

A internet nos fornece um monte de retalhos, precisamos avaliar cada um deles, descartando uns aceitando outros. No entanto, esses retalhos sempre serão apenas informações, quem pode fazer a revolução no conhecimento é o ser humano, e não suas invenções.

Voltando

Júnior Grings

Voltando a esse pequeno espaço virtual, depois de um pequeno sumiço. Quero fazer uma pequena colocação: a democracia não seria justa muito menos plena, se a corrupção e as malfeitorias políticas não tivessem seu espaço garantindo. Democracia é, sim, a representação de todas as facções da população.

E para encerar esse aforisma, ao menos é assim que o Juca Fortes chama meus textos, recordo o ex-ministro da educação francês, Luc Ferry (foto): a democracia é o pior sistema de governo, depois de todos os outros.

Entanda, se puder

Jr, Grings, de Horizontina

Estou há dias tentando dimensionar a distância entre duas pessoas. Sei que metricamente é possível fazer essa mensuração. Entretanto, determinar o que aproxima ou distancia as pessoas é algo difícil de se palpar

Tenho aqui, entre meus botões, que a melhor maneira de saber a proximidade humana é a linguagem, ou quem sabe a ausência dela. As expressões e interpretações aproximam as pessoas umas das outras.

Seguindo esse raciocínio, podemos inferir que ferramentas como telefone e internet, são grandes instrumentos para diminuir distâncias. Todavia, existe um pequeno detalhe em meio a isso tudo: quando nos comunicamos de forma indireta, estamos muito mais relacionados com nós e com nossas idéias do que com as outras pessoas. Desenhamos as palavras a nossa maneira, o que, muitas vezes, não reflete o que o locutor queria dizer.

Ter cuidado e cautela na hora de receber as manifestações das outras pessoas é um bom exercício para evitarmos ansiedades e desejos sem correspondência.

Voltando

Júnior Grings

Antes de colocar minhas inexpressivas palavras, quero pedir desculpas aos leitores do Blog pelo meu súbito afastamento. Mesmo não sendo candidato, minhas atribuições partidárias acabam consumindo minhas energias e o meu tempo vago. Todavia, prometo não me ausentar tanto daqui para frente.

Deixando as delongas de lado, quero falar sobre a imparcialidade dos meios de comunicação nesse período eleitoral. Claro que ser imparcial não é uma tarefa humanamente possível. Entretanto bom senso nessas questões é fundamental. Valer-se de uma postura pública e de uma ferramenta de informação de forma tendenciosa é um crime moral para com o leitor, ouvinte ou telespectador.

O Papel da mídia é informar os fatos da maneira mais clara e mais perto da realidade. É compromisso do “jornalista” usar critérios na hora de fazer sua matéria. Nessas horas é que podemos observar o caráter das pessoas as quais damos nossa atenção todos os dias.

Nota do Capeta

Nosso contador de acessos parou de funcionar perto dos 10mil acessos. Tivemos que colocar outro. Obrigado pela paciência.

A condição Humana na sua historicidade

Júnior Grings

Como falar sobre determinado assunto, quando nossas dúvidas e ansiedades estão em pleno fervor? Poderia aqui ficar detido na tarefa empreendida pelo professor e tentar, por fim, justificar a continuidade da modernidade baseado em uma gama diversa de autores. Entretanto, minha consciência obriga-me a uma aventura arriscada, mesmo que o preço dela seja a total invalidação desse inexpressivo manuscrito. As marcas históricas não podem estar acima dos interesses humanos. Qual é a legitimação científica ou filosófica do conhecimento se não o homem? E o que é o homem se não suas manifestações de compreensão e expressão?

A maior herança da modernidade é a possibilidade de podermos diferenciar o significado do seu significante, a separação do sujeito e objeto de forma clara. O objeto perdeu a sua forma concreta graças à separação entre ciência e filosofia/teologia, depois, com a separação da filosofia e as ciências humanas.

Notoriamente, ao olharmos a Grécia antiga, vamos perceber a proximidade entre ciência e filosofia. Uma necessidade em buscar e justificar o fundamento último, claro, sempre com uma forma palpável ao mundo externo. Fazer ciência era fazer filosofia, as experiências eram sempre dispostas a comprovar o absoluto. Platão e Aristóteles recorriam ao mundo empírico para, formalmente, sustentar seus sistemas, mesmo considerando as imperfeições dos mesmos.

O período medieval aprisiona esses sistemas de uma forma teológica, buscando sempre a partir das ciências – de uma maneira restrita – e da filosofia, justificar o fundamento último e absoluto, rotulado de deus. Os conceitos de bom, ruim, verdade, belo, precisam de argumentos sólidos, digamos, mensuráveis.

O avanço científico e o começo da introdução do método fazem a ciência desprender-se da filosofia e da teologia com o começo da modernidade. O conhecimento científico passa a qualificar e quantificar os fenômenos, os fatos, os acontecimentos, enfim, começa a explicar a natureza. Inegavelmente, a ciência produz soluções para os problemas do homem. Todavia, nas soluções produzidas pela ciência apenas tem valor os fenômenos explicados, o objeto em questão pode ser entendido e explicado. Os problemas gerados por essas soluções continuam no campo especulativo, onde a filosofia, apoiada hora na teologia e hora nas ciências humanas, tenta produzir seus conhecimentos.

Como avalista de dois campos com conhecimento específico, a filosofia não consegue gerar conhecimentos que não sejam concretos. Legitimar um deus, ou determinada teoria social, não vai além de buscar a solução dos problemas. É pertinente lembrar que só existe solução para os fenômenos. Nenhum um fenômeno é transcendental, não acompanha o homem em sua história.

Com alguma clareza, podemos perceber, seguindo esse raciocínio, que toda ciência é descontinua. Os problemas surgem ao decorrer do processo histórico, e cada instante da história as soluções dos problemas se justificam. Entretanto, o que transcende a tudo isso são os problemas das soluções. E isso não tem um atrelamento concreto aos fenômenos, é o que transcende no homem. Os objetos e fenômenos da ciência passam a ser a expressão e interpretação das suas conseqüências.

Quando a ciência – incluindo as humanas e a teologia – passa a solucionar os problemas, e a filosofia descobre o seu verdadeiro papel de especular sobre os problemas da solução, é que de fato podemos considerar a consolidação da modernidade.

Mencionada logo no início, a separação do significado e significante, merece uma atenção especial para prosseguirmos nosso empreendimento. Quando desprendemos a filosofia da ciência – da maneira posta anteriormente – notamos que o objeto (significante) não é mais necessariamente vinculado ao seu significado. Não precisamos levar o objeto conosco quando formos dele emitir qualquer juízo. Através da linguagem emitida tanto de maneira filosófica ou científica, podemos de maneira satisfatória argumentar sobre ele. Com essa, ótica para afirmarmos o fim da era moderna ou a sua continuação, precisamos resolver de forma fundamentada um problema que continua longe do seu fim. A ciência e a filosofia precisam de forma conjunta estabelecer um conhecimento que seja a solução de todos os problemas e, ao mesmo tempo, o fim dos problemas da solução.

Esse conhecimento precisa ser concreto de maneira suficiente, e transcendental de maneira absoluta. Do contrário entraremos em um novo ciclo teológico.

Supor um domínio científico dos fenômenos de tal envergadura é contrapor o papel das ciências, que necessita dos fenômenos e dos acontecimentos para produzir seus conhecimentos. Ainda nesse viés, é necessário uma emancipação plena da condição humana de maneira transcendental a toda sua historicidade. Seria como chegar ao fim de todas as buscas que o homem almejou.

Meus anseios e temores balançam ao tentar emoldurar tanto o esgotamento da capacidade humana, pelo seu uso pleno, quanto visualizar a nossa incapacidade histórica de chegarmos ao nosso limite máximo.

Posso ariscar dizer que cabe a condição humana – e apenas a ela – esse próximo passo no seu periodismo histórico. Demarcar os limites e buscas, tanto científicas quanto filosóficas, é papel do homem.

Solução dos problemas ou os problemas da solução

Júnior Grings

Apliquei os meus últimos dias de leitura a um dos maiores nomes da filosofia brasileira, Dr. Ernildo Stein, famoso por ser um grande estudioso de Heidegger. Stein faz umas observações interessantes sobre as diferenças entre a filosofia e as ciências. Não querendo sobrepor uma à outra, mas, sim, na definição do espaço de cada uma no desenvolvimento da humanidade. Ele coloca, com muita propriedade, que o papel das ciências é lidar com a solução dos problemas, é solucionar as particularidades que a humanidade demanda. À filosofia cabe a função de falar sobre os problemas da solução, falar e tentar entender o porquê a solução precisa de melhorias e ou substituições.

Notem a sutilidade desse pensamento “solução de problemas” versus “problemas da solução”, implicação de um intenso diálogo entre ambas as partes é a necessidade primordial para a continuação de ambas. Mencionar ou pensar em qualquer possibilidade de uma solução definitiva para os problemas é decretar hora, local e data para o fim das ciências e da filosofia. E, conseqüentemente, o congelamento da sociedade.

Dialética do conhecimento (versão simplificada)

Júnior Grings, de Horizontina

No meu projeto literário da adolescência, livro que intitulei de Os Olhos do Mundo – certamente, não está publicado –, eu já ensaiava meus primeiros passos sobre esse tema. Na época, não tinha nenhum conhecimento filosófico - não que eu tenha algum hoje -, mas os percalços da universidade me ensinaram algumas coisas. Os leitores que acompanham minhas intervenções aqui no Blog provavelmente já devem ter cruzados os olhos por algo nesse sentido, falo dos pré-conceitos que temos estabelecidos em nossa mente.

Não consigo imaginar que possamos emitir qualquer juízo daquilo ao qual não tenhamos o mínimo conhecimento. Só podemos imaginar aquilo que de alguma forma conhecemos. Logo, o que não conhecemos, simplesmente, não faz parte da nossa gama de pensamentos. Antes de prosseguir, quero deixar claro que conhecemos as coisas não só de maneira empírica, mas também de maneira racional dedutiva.

O que de fato nos leva a tirar impressões ou idéias das coisas é a relação que temos com a coisa ou com o que se assemelha ou a lembre. Nossa primeira impressão sempre é pautada por aquilo que imaginamos, e nunca no que realmente cabe. Não que via de regra sempre teremos um pré-conceito diferente da realidade, mas será sempre prematuro emitir conceitos acabados, ou pelo menos bem fundamentados sobre algo em nosso primeiro contato.

Porém, para aprimorar nossos juízos, precisamos romper esse pré-conceito. Temos a necessidade de colocar de lado – se isso for realmente possível – nossas impressões da coisa. Somos movidos por julgamentos, estabelecemos todos os nossos relacionamentos com base nos resultados de nossos juízos. Por isso não podemos evoluir relação alguma sem rompermos, na medida em que vamos nos relacionando e aprimorando nossos conhecimentos sobre algo.

Não é o acaso que nos aproxima das coisas e das pessoas, mas sim, nossos pré-conceitos, do mesmo modo que ele nos afasta das mesmas. Conviver é emitir e derrubar juízos, um exercício diário que, muitas vezes, parece estar longe da prática das pessoas.

Paralelo 30

Júnior Grings

Andei meio afastado do Capeta nos últimos dias. “Andei” pressupõe que não estarei afastado nos próximos dias. Todavia, essa é uma certeza que não tenho. Meu afastamento aconteceu por motivos profissionais, exponenciados pela faculdade e por outras atividades paralelas. Sempre me detive a várias atividades, mas nunca dei conta de uma só plenamente. Isso já faz parte de mim. Mas O Blog realmente merece mais atenção.

Na semana passada, acabei indo até a capital dos gaúchos, minhas estadas em Porto Alegre sempre são peculiares. Posso passar poucas horas, mas sempre passarei por situações inusitadas. Curioso.

Grandes centros urbanos mechem sensivelmente com a minha pisque. Sou um típico cidadão interiorano, mas não é esse o problema. Nunca tive problemas desse tipo em nenhuma outra cidade do país. O Problema é justamente a cidade. Não que eu não goste da capital do meu Estado, pelo contrário sou um grande admirador dos seus encantos.

Bueno, como diria o gaúcho, vamos aos fatos: estava eu na Avenida Érico Veríssimo, bem próximo do prédio do Zero Hora. Terminando o cigarro, para tocar o interfone de um prédio, quando um sujeito me aborda e começa um longo discurso. A conjugação verbal e a imponência contextual do cara erra espetacular, só não conseguia saber do que se tratava o assunto. Ele não parava de falar, aumentava o tom da voz gradativamente, chamava a atenção de todos que iam passando por ali naquele começo de manhã. Qualquer outra pessoa teria passado batido pelo cara, mas eu não. Titubiei uma indagação, no entanto não tive oportunidade de fazê-la, quando dei por mim meu amigo relâmpago meu apertou a mão e disse: “Quanto mais veados pelo mundo, mais mulher para nós dois”. E saiu, fiquei com a mão estendida, petrificado com várias pessoas desconhecidas me olhando. Isso não deveria importar, mas como sou um cidadão interiorano fiquei envergonhado e disse para mim mesmo: é... estou em Porto Alegre.

Consenso Eleitoral!?

Júnior Grings

Consenso eleitoral para muitos é considerado como o grau mais elevado de uma democracia, como um objetivo a ser alcançado. Entretanto, é um processo antidemocrático (como diria o ex-ministro da educação da França Luc Ferry, a democracia é o pior sistema político depois de todos os outros), pois, a decisão não cabe aos eleitores e sim dentro dos gabinetes em grandes conchavos.

A razão imperativa de qualquer eleição é justamente o debate de idéias, é a discussão que a população pode fazer com os candidatos, com os projetos, e com todos os demais eleitores. Deixa a decisão para dentro das quatro paredes seria reviver tempos obscuros da nossa política, e deixar o povo de lado dessa discussão.

Consenso é um debate estéril, onde tudo está bom, tudo vai ser o melhor. A parte mais importante de qualquer discussão é deixada de lado. O lado, verdadeiramente importante é justamente o questionamento crítico, o apontamento das falhas.

Quem é o revolucionário?

Júnior Grings

Quem são os revolucionários de nosso tempo? Pegar em armas, marchar entoando gritos de ordem, pintar a cara. Tudo isso parece ser os ingredientes indispensáveis para uma revolução. Entretanto, a única coisa que não pode faltar no caldeirão de um revolucionário, é idéias, sim uma revolução não é feita de armas, e sim de pensamentos, de uma idealização. A maneira pela qual ela acontece é indiferente, o que importa mesmo é o que ela propõe.

O revolucionário não tem endereço e nem comportamento definido. Não tem hora e nem lugar pra surgir.

Coletivo x Universal

Júnior Grings

Nas profundezas apocalípticas da maresia intelectual, tendo produzir algo que possa ser lido pelos, sempre pacientes, atentos e bem-aventurados, leitores do Blog do Capeta. Minha chatice está insuportavelmente, querendo sair de mim, a leitura de Freud está me irritando. Mas, como isso aqui não é um diário de adolescente (ao menos é isso que o Everton declara volta e meia), falarei de algo que me parecer ter uma utilidade mínima: a diferença do pensamento coletivo e do pensamento universalizado. Achamos, por hábito, que não se têm diferenças nessas duas formas de pensar.

Entretanto, comentemos um pecado capital quando não as diferenciamos. Sempre que pensarmos em idéias coletivas, precisamos, invariavelmente, mentalizar que todas as pessoas que constituem o coletivo abrem mão de suas idéias pela idéia do conjunto. A premissa primeira, e única, para fazer parte do todo é essa alienação ao todo. Logo, em um coletivo, não podemos ter mais do que uma idéia. Se alguém, por ventura, resolver pensar de maneira diferente será automaticamente colocado de fora, pois estará deixando de contemplar aquilo que o grupo quer.

Agora, quando universalizamos um pensamento, não estamos estabelecendo a premissa do pensamento único. Trata-se apenas de um consenso. As idéias dos indivíduos estão sempre construindo uma melhor universalização das idéias. Claro que uma idéia sempre prevalecerá, mas não será o pensamento que sustentará a união do conjunto, será a pluralidade, ao contrário do coletivo, onde é o pensamento único que sustenta o todo.

A universalização nunca terminará na absolutização do pensamento, pois as idéias sempre estarão em um movimento. Todavia, no coletivo, não pode haver um movimento de idéias, e o absoluto é inevitável.

RS pode ter uma fábrica de jipes russos

Junior Grings

Segundo matéria do jornal Zero Hora assinada pela jornalista Silvana Castro, a fábrica de jipes russa GAZ Tiger quer se instalar no Estado. As cidades que estariam na disputa são Santa Rosa e Santo Ângelo. As negociações já estão andando com o governo do Estado.

Não custa lembrar: essa disputa não pode ser demasiadamente política, pois, se isso acontecer, podemos observar um "vale a pena ver de novo da novela Nestlé". Onde um município que não era citado e que ficou fora dessa especulação dos influentes políticos acabou levando a parada. As empresas, especialmente as multinacionais, querem saber da estrutura, qualificação da mão-de-obra e dos benefícios, e não de discursos bem aprumados.

Confira a matéria do Zero Hora clicanco aqui.

Formação Intelectual

Júnior Grings

Nesse semestre, todas às terças-feiras, eu tenho o prazer de contemplar um dos maiores nomes da filosofia brasileira, Dr. Claudio Boeira Garcia. Renomado professor de filosofia política; um camarada fascinante que fala pelos cotovelos... se formos ver a fundo ela não fala, ele discursa. Discorre com perfeita conexão naquilo que aparentemente não tem conexão alguma. Boeira Garcia sabe o que fala, tem critério, e dificilmente o pegamos em algum possível erro. Bem diferente do que aquela figura dele aparenta, uma pessoa tranqüila, sempre de chinelos e bermuda, uma barriga já emoldurada por algumas cervejas a mais, e seu inseparável cigarrinho.

Todavia, o que me faz citar esse nobre professor nesse espaço, não é a sua peculiaridade ou o seu profundo conhecimento. Trago-o até esse espaço para quase emoldurar uma de suas afirmações.
E eu disse quase por questões obvias que não estou a fim de falar agora, é só o leitor do capeta conferir um dos meus textos anteriores. Boeira Garcia disse que não podemos ser filósofos, sociólogos ou historiadores. Segundo ele, podemos no máximo ser estudantes e pesquisadores, dedicados ou não. Quem vai nos conferir a notoriedade são os outros, isso vai se dar com o passar do tempo, com o conjunto da obra.

No fundo, o que esse professor tão camarada quer dizer é que toda e qualquer formação intelectual não pode, e não é puramente acadêmica. É uma formação de dedicação, pesquisa, convívio, e muito suor. As pessoas não pedem para ver o diploma de Kant, Hegel, Descartes, para criticar ou elogiar as suas obras.

Para pensar, narrar, discutir, falar, dissertar, escrever ou mostrar alguma coisa, não se precisa formação alguma. A validade dessas produções será dada pelos seus apreciadores. São eles que dirão se isso tem importância ou não. Buscar formação para realizar as ações citadas aqui é importante como um atalho ao processo, mas não é, e nunca será, um fator determinante para alcançá-las.

O Blog do Capeta bate seu recorde!

Da Redação

O mês de março foi literalmente do capeta, o blog conseguiu acumular a marca recorde de acessos em um só mês, 2141. Talvez para alguns isso pareça pouco, entretanto para nós isso têm um valor imenso. Na média são 69 acessos diários, mesmo que esse número seja repleto de outros significados, mostra o que estamos conseguindo construir nesses pouco mais de um ano de blog. Nesse mês também postamos 74 novos textos, 2,3 atualizações diárias. Tem pessoas que dizem que somos chatos, somos isso, somos aquilo, o que não somos é convencionados por ou para resultados. Somos nós mesmos o tempo inteiro e é isso que o nosso leitor vem buscar nesse espaço, nossa autenticidade.

Obrigado por nos ajudar nessa conquista.

O Funk -Um tapinha não dói- doeu 500 mil vezes para gravadora

Júnior Grings

Quem não se lembra daquele “famoso” funk, - Dói, um tapinha não dói- pois é, a Justiça Federal de Porto Alegre condenou a gravadora a pagar uma multa de R$ 500 mil. A empresa Furacão 2000 Produções Artísticas, recebeu a multa, pois a justiça entendeu que a letra da música banaliza a violência e estimula a sociedade a inferiorizar a mulher. A multa deverá ser revertida ao Fundo Federal de Defesa dos Direitos. A decisão ainda pode ser contestada.

Marceneiros sem martelos

Júnior Grings

Segundo a Secretaria Nacional de Segurança (Senasp), 44% dos policias militares brasileiros têm acesso a coletes a prova de bala. Ou seja, de cada 100 policias militares, que estão diariamente sujeitos as atividades hostis no enfrentamento da criminalidade, só 44 estão usando uma ferramenta básica de segurança.

O mínimo que um empregador deve oferecer a seus empregados são as ferramentas para o exercício do trabalho profissional. Sem equipamento adequado, nunca um policial estará tranqüilo para exercer da melhor maneira possível suas funções. No final, que pagará o preço é sempre a sociedade.

Direito a Constituição

Da redação

Nenhum brasileiro pode alegar desconhecimento das leis. Temos a obrigação de estarmos cientes da Constituição. Entretanto, o Blog do Capeta, que adora achar defeito em tudo, começou uma peregrinação para saber até onde vai a obrigação do Estado em contribuir para que o cidadão esteja informado.

Consultamos o advogado Douglas Evandro Knorst. Ele nos informou que em uma boa livraria podemos encontrar uma Constituição atualizada com valores entre R$ 20 e R$ 30. Segundo Knorst, a distribuição gratuita só acontece mediante requerimento, especificando o uso e a finalidade.

Knorst comenta que o artigo 5º, inciso 33, prevê que todos têm direito a receber de órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestados no prazo da lei, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível a segurança da sociedade e do Estado.

O jeito agora é procurar saber se conseguimos ter acesso a essas informações realmente.

Entrevista: Jr. Grings

"Comecei minhas atividades políticas muito cedo"

O blogueiro e empresário Júnior Grings estará diretamente envolvido com a campanha eleitoral deste ano. Ele é pré-candidato do Partido Verde à prefeitura de Horizontina. Tendo em vista o respeito que os leitores do Blog do Capeta merecem, Júnior ficará afastado das postagens neste espaço jornalístico. Para evitar polêmica, também é importante informar que nenhum dos outros membros Do Capeta estarão envolvidos em qualquer campanha política ou possuem alguma vinculação político-partidária. Confira nossa conversa com Júnior:

Everton Maciel

Capeta - És pré-candidato a quê?
Júnior Grings - O Partido Verde está lançando meu nome como pré-candidato a prefeito.

Capeta - E a chapa, como fica?
Grings - Estamos buscando uma composição que realmente atenda os anseios da população horizontinense. Já sentamos com quase todos os partidos do município, mas ainda não chegamos a nenhum acerto. Também podemos salientar que se alguma candidatura se apresentar com maiores possibilidades de atender nossos anseios, não teremos nenhuma vaidade em abrir mão da candidatura.

Capeta - Sente-se preparado com 25 anos?
Grings - Comecei minhas atividades políticas muito cedo. Com menos de 18 anos já estava ajudando a fundar um partido. Aos 21 já era coordenador regional do PV. Com 22 anos, estava concorrendo à vaga de vice-prefeito. Efetivamente, não posso dizer que estou pronto, mas a caminhada nesses meus 25 anos (até a eleição 26) já me dá condições de almejar e buscar sonhos maiores dentro da política municipal. Preparado ninguém está, e somente pensando dessa forma é que podemos evoluir no processo.

Capeta - A política das cidades pequenas é 'amarrada' em determinados nomes conservadores...
Grings
- É sempre difícil romper o conservadorismo. Precisamos estar focados, e cientes disso. A única maneira de chegar a resultados satisfatórios é procurar mostrar seriedade, salientar as diferenças não só no discurso, mas nas práticas eleitorais. Quando o eleitor percebe a diferença, ele acaba aderindo à idéia, e muitas das vezes ajudando a propagar. Sempre se busca o novo, mas para isso o novo precisa se mostrar confiável.

Capeta - Vais te afastar do Blog do Capeta mesmo ele não sendo considerado um veículo atingido pela Lei Eleitoral?
Grings
- Claro, o Blog não é, nem pode ser, uma ferramenta de campanha. O que eu faço no Capeta é informar e tentar mostrar minha opinião. O maior princípio de uma campanha eleitoral é o da igualdade. Não podemos abrir espaços pra todos os candidatos manifestar suas idéias durante a campanha, então, é justo que eu também não faça isso. Dentro do prazo, vou me afastar do blog e das outras mídias.

Capeta - Realistamente, levando em consideração a quase total inexpressão do PV, quais as chances da tua pré-candidatura ser ratificada? Dê uma nota de zero a 10 à possível confirmação da tua candidatura. E se ela não for ratificada, como parece meio óbvio prever?
Grings
- Estamos preparados, temos candidatos a todas as instâncias. Abriremos mão, apenas, se surgir uma proposta melhor para Horizontina. Entretanto, isso será discutido com as nossas bases. A questão da terceira via, começa a se materializar. É cedo para prever se ela de fato estará nos próximos pleitos, mas os anseios de romper com os nomes que postulam há mais de 20 anos na política de Horizontina são grandes. O novo é o fato eleitoral nesse momento na cidade: as pessoas comentam. Cabe a nós, membros dos partidos que buscam essa renovação, sabermos conduzir o processo para que isso ocorra.

Mudanças no blog

Da redação

O Blog do Capeta passou por suadas readequações. Ali, no menu da direita, na sessão Literalmente do Capeta, a redação estabeleceu editorias. A intensão é fazer com que a pesquisa fique mais fácil para os nossos leitores.

Deu trabalho. Tivemos que rever cada uma das mais de 250 postagens. Mesmo assim, valeu a pena. A intenção é nobre: comemorar nossos primeiros oito mil acessos em um ano de bloguagem.

Em breve, mais novidades. Inclusive com o lançamento de uma grife própria! Vê se pode... frivolidades do nosso editor-chefe, Júnior Grings.

Obrigado pela paciência.

Crises da vida

Júnior Grings

Algumas vezes demoramos muito para entender as coisas. Isso acontece mais por preciosismos do que pela incapacidade. Prever o futuro não é uma ciência possível ao homem. Entretanto, temos a opção de fazer uma crítica racional da história, aquela coisa chata da tese, antítese e síntese. Assim é que evoluímos, assim é que nos jogamos a novos sonhos, novos desejos e ambições. Precisamos, necessariamente, contrapor nossas próprias idéias, confrontar nossa própria existência, para, aí sim, dar um passo a frente. Esse passo só é possível se passarmos por uma crise, que, muitas vezes, tira todo nosso alicerce, afronta-nos de uma maneira implacável, colocando-nos a frente de um muro aparentemente intrasponível. Parar nesse muro é parar de viver, passar por ele significa evoluir. Todavia, essa evolução logo vai se deparar outra vez com mais um muro. Assim é a vida. Assim nos tornamos maiores.

Se não bastasse o fusca reformado...

Da Redação

O secretário municipal de Agricultura de Horizontina, Lauri Jappe (PDT, aquele do Fusca que teve a reforma orçada inicialmente em R$ 9mil, lembram?), no ato licenciado do cargo de vereador, encaminhou um pedido de diárias à Câmara de Vereadores na sexta-feira, dia 29 de fevereiro. O detalhe é que ele assumiria novamente sua cadeira na Câmara um dia depois, no sábado, dia 1 de março.

Mesmo assim, Jappe levou as diárias e viajou à Capital Federal, Brasília, no domingo.

O fato chamou tanto a atenção e o Ministério Público, através da promotora de Horizontina, Caroline Spotorno da Silva, solicitou a documentação para investigar possíveis irregularidades. Colega de partido de Jappe, o pedetista presidente da Casa, Adílson Abran, ainda não se manifestou sobre o caso. Jappe foi a Brasília acompanhado do vereador Aroldo Dewes. Adivinhem de que partido Dewes é? PDT, claro. Tudo entre coleguinhas.

Parabéns, Everton

Júnior Grings

Hoje um dos grandes pensadores do Blog está aniversariando, é uma idade estranha, para uma cidade folcloricamente dotada de artifícios desse gênero. Everton Maciel faz 24 anos de vida. Um grande lamento é ele estar na longínqua Pelotas, e não poderemos sorver algumas cervejas no bar da Unijuí. Aliás, desde que se foi aquele bar perdeu 80% do seu grau intelectual. Parabéns, grande amigo. Hoje vou tomar algumas cervejas em sua homenagem.

Relatos de uma filosofia comum

Júnior Grings

Logo nos primeiros passos de acadêmico, um dos professores passou um pequeno esquema sobre a origem da palavra verdade. E também o quanto essa origem influencia até hoje a nossa vida.

Alétheia, para os gregos. Descobrimento do que é, do que está presente.

Veritas, em latim. Relato com fidelidade do que foi, aquilo que já aconteceu.

Emunah, para os hebreus. Verdade é confiança, um voto de confiança pode mudar a verdade.

A busca da ciência é uma mistura desses três conceitos, para se chegar ao que é realmente, precisa-se buscar o que foi, tudo isso fazendo projeções no que pode acontecer, ou seja, confiando naquilo que se propõe.

Entretanto, uma verdade não pode existir praticamente, ou no mundo empírico. Verdade é apenas um conceito que pode nortear a razão ou a sua busca. Ao momento que instrumentalizarmos qualquer conceito que julgamos verdadeiro, estamos jogando ele no campo da ideologia. E nada mais que proverá desse conceito será racional, e sim uma repetição daquilo que idealizamos como verdade, formaremos assim um absoluto, um mito, um deus.

Nessas terras o ser humano travou todas suas lutas e guerras. Nesses, e apenas nesses campos, é que se construíram as batalhas, sejam elas diplomáticas ou bélicas. Povos se matam entonando seus mitos, seus deuses e suas verdades absolutas, que não passam de uma verdade conceitual transformada em verdade prática.

Mesmo que o meu sábio professor de estética diga, que os gregos guerreavam para ter as melhores mulheres em suas épicas orgias. Os sábios homens, ou homo sapiens, devoram-se entre si em nome de uma verdade. Em tempo, uma verdade não mais dedutiva, e sim instrumental.

Mim não conjuga verbo

Júnior Grings

Mim não conjuga verbo. Correção que me é feita corriqueiramente por um dos meus contatos do messenger. A cada meia dúzia de orações, lá está esse contato me lembrado disso. Erro meu, uma verdadeira afronta a língua portuguesa. Entretanto, quero registrar que a primeira, e principal função da linguagem, é a compreensão. Um erro gramatical só pode ser considerado grave quando ele alterar ou impedir o receptor de compreender o que está se tentando dizer.

Mas essa é a minha opinião. E para recordar, segue abaixo o link da primeira postagem do Blog, onde um assunto semelhante foi abordado.

***

Já publicamos sobre esse assunto anteriormente. Clique aqui e leia mais.

Células-tronco embrionárias.

Júnior Grings

Não sou contra nenhum preceito religioso, entretanto vivemos em um país laico. Pautar o debate sobre a pesquisa das células-troncos embrionárias, na questão de que o feto passa a ter vida, na fecundação ou não é algo um pouco descabido. Daqui a pouco estaremos discutindo quando é que a alma entra no corpo.

Precisamos colocar sempre freios na ciência, que por si só não consegue parar. Todavia, os freios não podem se pautar de forma alguma em dogmas da igreja. Limitar e direcionar as pesquisas são tarefas do estado, mas que isso seja feito por artifícios da razão.

Tensão na América do Sul

Júnior Grings

A situação tensa que se instalou na América do Sul, parece briga de moleque. Álvaro Uribe, presidente da Colômbia, vai à frente provocar os desafetos para a confusão, na esperança que o mais forte da sua turma, EUA, tome as dores no final. Hugo Chávez, não é nenhum santo, mas dificilmente dará o primeiro tapa nessa confusão. Entretanto, o novo ingrediente dessa situação, é Rafael Correa, presidente do Equador, que já foi protagonista de algumas lutas territoriais, e é aliado político de Chávez, pode apimentar o conflito.

Uribe além dos conflitos com Venezuela, e Equador, já foi acusado de invadir território brasileiro, e anda as portas de uma confusão com a Nicarágua. Parece que o único vizinho da terra de Escobar que se escapa é a do aliado político de Uribe, Alan Garcia, presidente do Peru.

Fiquei na dúvida.

Júnior Grings

“Os Bandidos atuam onde o estado não está presente.” Frase dita pelo presidente Lula. Então o que pensar dos escândalos, e fraudes que acontecem paulatinamente nos três poderes. Eles não são bandidos, ou o estado não está presente?

A bomba catarinense

Júnior Grings

Um torcedor que vai ao estádio de futebol com uma bomba, não pode ser normal. Impossível pensar qualquer outra intenção desse indivíduo dentro do estádio. Muito menos venham me dizer que ele foi movido pela paixão. Paixão o escambal, isso é doença. Pessoas assim devem ficar a quilômetros de qualquer aglomeração pública, preferencialmente em um presídio.

Agora, como perdoar a segurança? Como deixar passar em branco a responsabilidade dos organizadores da partida? São no mínimo tão culpados quanto os indivíduos que fizeram uso do artefato. Errar é humano, mas humano também é assumir as responsabilidades pelos erros.

Fim a Teimosia

Júnior Grings

Não quero menosprezar a experiência, entretanto ela não é tudo. Não podemos de forma alguma dispensar a razão. Como diria David Hume: mesmo observando o sol nascer todos os dias, pela experiência nunca poderei inferir que ele nascerá amanhã. Para tal façanha, é necessário aceitar o princípio da causalidade, ou seja, para toda causa tem um efeito. Aí estaremos fazendo uso da razão. O ponto final dessa discussão foi dado por Kant, na Crítica da Razão Pura, lá no século 18. A experiência e a razão precisam andar juntas, e ponto final.

Problemas da Tecnologia IV

Júnior Grings

Atendendo a vários e-mails, e a meu grande amigo Juca, que toda vez que fala comigo pede para retomar a série Problemas da Tecnologia, aqui estou. A bola da vez é o Orkut, uma ferramenta que virou moda na internet, quase todo mundo tem, é muito usado para reencontrar amigos, colegas, interagir com pessoas com estilos e gostos semelhantes, e também fazer novas amizades. Enfim um site de relacionamentos.

Para muitos, ele é um vício, uma necessidade, para outros uma tremenda invasão de privacidade, e para os moderados uma tremenda ferramenta de interação. Viver na dependência de qualquer coisa, seja ela boa ou ruim, é um problema por si só, não precisamos de mais comentários. Usar algo dentro as atribuições a qual ele foi criado, sem exageros, podemos chamar de um ato normal.

Entretanto, quero me ater à chamada invasão de privacidade que muitos atribuem ao Orkut. Afinal não tem nada sobre nós, que não tenha sido postado por nós. E como qualquer meio de relacionamento, sempre há desentendimentos e situações desagradáveis.

O Orkut não pode invadir a vida de ninguém, e nem expor a vida de uma pessoa mais do que ela se propõe, afinal ele não tem vida. Apesar de ele pregar algumas peças como a que aconteceu hoje comigo. Sem querer olhei minha sorte do dia, e para o meu espanto estava lá: “A filosofia de um século é o bom senso do próximo".

Um mau exemplo que vem de Porto Mauá

Everton Maciel e Júnior Grings

Vilson Winkler é o nome de um funcionário público concursado da prefeitura de Porto Mauá. Winkler é conhecido regionalmente por abastecer veículos de comunicação com textos informativos e, principalmente, asneiras.

Com a coleção de e-mails contento bobagens que Vilson remeteu do domínio oficial da prefeitura de Porto Mauá (@portomaua-rs.com.br) , a reportagem do Blog do Capeta tem uma oportunidade gloriosa: tratar do mau uso do tempo de funcionários públicos, da ociosidade nas repartições e da jocosidade com que é tratado o dinheiro dos nossos impostos.

Colecionamos nos computadores da nossa Redação do Capeta dezenas de e-mails enviados pelo servidor. São correntes, textos de procedência duvidosa e inutilidades de toda ordem.

Procurado para falar sobre o assunto, o prefeito de Porto Mauá, Manico Dinon (PMDB), não foi encontrado para comentar o problema. Questionado pelo Capeta, o funcionário público diz não ver mal uso do seu tempo nas repartições públicas de Porto Mauá: "Às vezes recebo uns e-mails interessantes e repasso para os conhecidos. Muitas vezes, não sei se é verdade, mas é interessante. Não vejo problema", reconhece e justifica Winkler.

Muitos profissionais da imprensa regional reclamam da postura. Um reconhecido radialista da Região diz o seguinte sobre o comportamento do funcionário público: "Eu não leio essas bobagens no ar. Não tem procedência. Dependendo do assunto nem abro o e-mail", declara o profissional que prefere manter o seu nome em sigilo.

Sugerimos aos leitores que residem ou têm vínculo com Porto Mauá que peçam para o servidor dedicar o seu tempo e os seus neurônios aos trabalhos de ordem pública. A conta de e-mail utilizado pelo servidor do povo mauense é a seguinte: vilson@portomaua-rs.com.br.

O caso de Porto Mauá não é isolado, mas precisávamos externar no Blog uma preocupação de todo cidadão que se importa com a utilização da máquina pública adequadamente.

Sinceridade

Júnior Grings

A sinceridade não é uma virtude que podemos encontrar facilmente. É comum sentirmos que a pessoa está tentando agradar, ou não desagradar, fugindo assim da sinceridade. Definitivamente isso é o mundo de aparências que vivemos. Entretanto, ferir falando a verdade é de forma alguma é tão dolorido, quanto ficar remoendo as dúvidas.

Em busca de sonhos

Júnior Grings

Já falei desse assunto muitas vezes, algumas aqui no blog. Somos movidos por anseios, buscas e desejos. Vitimados sempre por nossas escolhas. Não existe nada mais humano, do que o desejo, a busca por ele, e por fim decidirmos nossos próximos passos. Ignorar isso é sair do mundo normal, e ficar alheia a própria condição de existência. Com o passar do tempo, podemos entender isso com maior clareza.

Todos chegamos a algumas encruzilhadas na nossa vida, é muito comum tentarmos ajudar nossos amigos em seus anseios e desejos. Entretanto, precisamos sempre ter em mente que o desejo é próprio de cada um. E por mais que isso não seja explicável, por mais estranho que seja o desejo do outro. Cabe-nos apenas apoiar.

Dois grandes amigos estão saindo em buscas de novos sonhos. Não sou muito bom com palavras de consolo, muito menos de apoio. Ambos sabem da minha frieza. Mas, que as escolhas que a vida oportunizou a vocês, sejam amplamente alcançadas, e os desejos sempre realizados.

Everton e Fabiano, toda sorte na vida nova, e que ainda reste um espaço para esse velho amigo. Abraços.

Eu pássaro livre

Júnior Grings

Pássaros que cantam
Um belo e sonoro canto
Em melodia, de algum encanto
Pássaros que cantam

Continuam cantando
Cantando belos cantos
Contos, sem espantos
Pássaros cantando

Histórias, de velhas viagens
Que fizeram, fugindo do inverno
Correndo pro inferno
Viajando sem passagem

De volta
Que não retorne
Digo, conforme
A grande revolta

Do seu coração
E eterna missão
Mais que pássaro temporão
Viajo com minha solidão

Curriculo com foto

Júnior Grings

Um fantasma vem tirando o meu sono nos últimos dias. O espaço para a qualificação, especializações e experiência, vem diminuindo no mercado de trabalho. Fiquem tranqüilos não estou ficando louco, mas essa é a única conclusão que chego depois de algum tempo refletindo sobre o modismo atual, currículos com foto. Muito provavelmente é a minha total ignorância que me faz pensar assim. Entretanto, não consigo ver de outra forma. E não venham me dizer que primeiro as empresas olham as qualificações, e no desempate final, apelam para o pequeno retrato 3x4.

Falem o que quiserem, posso virar até Maria Madalena, todavia, foto em currículo é um desrespeito com os profissionais dedicados, que sempre estão em busca de especializações. Bem como um ato preconceituoso, sim, para que alguém vai querer ver a foto em uma seleção, se não para discriminar?

Chuva, lembranças e remorsos

Júnior Grings

Enquanto os últimos pingos de chuva caíam sobre meu corpo, buscava razões em meio aos meus remorsos. Passei a deixar as lembranças de lado, como se estivesse pedindo para a chuva tomar conta. Meu ar disperso possivelmente provocava a curiosidade de quem ia passando na rua, mas isso, não tinha significado algum.

A música que tocava em minha cabeça não vinha de lugar algum, era tão suave que meus ouvidos pouco, ou nada, a percebiam. O ritmo era estranho, mas faziam uma perfeita harmonia com a chuva. Podia sentir o frio, a água e o vento, embalados pela música, tomarem conta de mim.

Enquanto esperava o fim de tudo, implorava por mais alguns minutos. Algumas lembranças estavam em uma guerra de insistência, imploravam para permanecerem em mim. No fundo, era eu que as segurava, mesmo sem saber por quê.

Tanta Confusão por "quase nada"

Júnior Grings

Ter a dimensão certa das coisas é difícil, principalmente quando estamos falando de governos e de imprensa. Enquanto um se preocupava em dar ares dramáticos à situação, o outro agia como se nada estivesse acontecendo. O resultado disso tudo está aí: temos 42 pessoas internadas com reações severas por terem tomado mais de uma dose da vacina, que tem validade de 10 anos.

Entretanto, um lado tem a desculpa da falta de pauta nesta época do ano. E o outro pode dizer que o ano começa apenas depois do carnaval.

2008 o ano das fadas

Júnior Grings

Estamos diante do ano das fadas. Nunca os municípios funcionaram tão bem. Pelo menos esse é o discurso de todas as administrações municipais. Desenham tudo de uma forma mágica, dimensionam o que fizeram, o que pretendem fazer, e até o que sabem que não sairá do discurso. O pior vai ser as oposições, que vão começar a derrubar esse castelo de sonhos.

Antes e depois da cerveja

Júnior Grings

O telefone tocava profundamente, levantei ainda bêbado da noite anterior, cambalhotando até conseguir chegar até aquele pequeno aparelho, que pelo barulho que expelia parecia ser gigantesco. Mesmo sem ter a mínima noção do que a pessoa do outro lado falava tive a certeza que era engano. Esbravejei, depois de desligar o telefone. Não tinha certeza se estava realmente acordado, o banheiro parecia estar a quilômetros da sala, lavei o rosto, ficando intermináveis segundos com a cabeça na pia, quando finalmente ergui o rosto fitando-me pelo espelho, vi o quanto estava acabado.

Procurei algum motivo para ficar acordado, mas a vergonha me censurava de uma maneira inexplicável, tentei sem sucesso descobrir que horas eram, não conseguia me concentrar em nada, difamei o caminhão de cervejas que tinha ingerido na noite anterior, voltei a ritmo de funeral para o meu quarto, me joguei na cama apenas tirando a força das minhas pernas. Caí pensando em dormir até tudo isso passar.

Rolava na cama, tentando vencer o sino que habitava minha cabeça, estava em um lugar estranho, não tinha forças para ficar acordado, muito menos tranqüilidade física para dormir. Essa sensação me tirava do mundo, toda vez fixava minha mente em algo, um barulho escandaloso me estremecia todo, era minha cabeça avisando das minhas impossibilidades naquele momento.

Olhei para a carteira de cigarros jogadas no chão do quarto, aquilo me fez segurar boa parte das cervejas na garganta, fui me arrastando novamente para o banheiro, abri o chuveiro e deixei a água bater na minha cabeça, passando pelo meu corpo. Nesse momento percebi que estava com a roupa do dia anterior ainda, consegui tirar a roupa, mesmo sem forças e com ela molhada grudando no meu corpo. Depois de alguns minutos no chuveiro, saí ainda molhado e me joguei sem roupas no sofá. Adormeci logo.

Acordei, assustado com o telefone, corri para atender, do outro lado um amigo querendo saber se eu demoraria muito para passar na casa dele para irmos pescar. Claro a pescaria como pude esquecer, nesse momento percebi que estava nu, desliguei o telefone, pedindo mais alguns minutos. Fui até o banheiro, vi a roupa molhada, não entendi muito o porquê. Todavia estava atrasado, me lavei, fui ao quarto para me vestir, peguei algo para comer na geladeira, vejo uma cerveja me olhando sorridente, não vejo mal algum. Pego o material de pesca, e algumas cervejas e saio.

A medida da felicidade

Júnior Grings

A nebulosa visão do paraíso não pode encantar os olhos de um simples admirador de sonhos. Difícil é traçar a fusão entre a realidade e a imaginação, questões obvias do dia-a-dia parecem ser tutores do imaginário. Entretanto, a criatividade de uma mente perturbada confunde-se com os fatos, até corriqueiros, de uma liberdade meio fora de moda.

Projetar o mundo, sem pilares bem arquitetados, é bem mais fácil do que conviver com as diversas intempéries que a vida joga aos montes. No santo dia, que é cada dia. Mas, os sonhos se calam. Os sonhos se censuram. São submetidos a julgamentos irracionais, prá lá de racionais com o passar do tempo.

Entender essa relação impiedosa é estar fora de um mundo normal. Encantar-se com o mundo não pode ser uma alienação. Todavia, fugir da realidade é insano, quase imoral. A medida equivalente dessa balança, talvez seja a felicidade. Talvez.

Escolhas

Júnior Grings

Observando alguns amigos e amigas, em ritmo de vestibular, percebi como os sonhos se constroem, e se acabam em poucos dias. Estamos em um ano eleitoral, escolheremos prefeitos e vereadores para os nossos municípios. Podemos até ver nossos sonhos acabar com as nossas escolhas, entretanto precisamos estar preparados para escolhermos as alternativas certas. Assim como um estudante no vestibular.

Onde está o Feliz Ano Novo?

Júnior Grings

O ano está chegando ao fim, retrospectivas em todos os meios de comunicação, votos de um 2008 melhor saltitam por toda parte. Isso é contagiante, empolgante e renovador. Entretanto, pecamos no passo primordial disso tudo.

Jean-Paul Sartre, filosofo francês, diz que a nossa maior prisão é a liberdade. Somos obrigados a sempre fazermos escolhas, e não podemos nunca fugir disso. Logo, nós somos determinados a escolher o nosso futuro. Ninguém mais. Por isso, pouco adianta os votos de um ano melhor, se não estivermos dispostos, durante o próximo ano, a fazer as escolhas certas.

Mas qual é afinal a escolha certa? Esse é o nosso grande desafio, para saber qual é o caminho certo para o próximo ano, não podemos nunca esquecer o ano que passou, sendo ele bom ou ruim. Não podemos dispensar os exemplos de sucesso, nem os de fracasso. Avaliar tudo o que passamos, e quem nos cerca é sem dúvida estar no caminho da escolha certa.

Todavia, não podemos esquecer que as escolhas são nossas, tudo que nos influencia pode participar das escolhas, mas nunca as farão.

O meu Natal lado B

Júnior Grings

Faz tempo que o natal perdeu o encanto, mas esse ano ele foi especial. O dia 24 começou turbulento, mais uma vez meu coração pregou uma de suas peripécias. Essas histórias de dor de cotovelo, coisas que acontecem. Ainda estava desnorteado, andando meio perdido pelas ruas da minha pequena cidade, observando a ansiedade e a alegria alheia, quando uma amiga, gritando meu nome, de longe, se aproxima. Suas palavras foram incisivas: “Júnior sei das tuas descrenças, mas eu preciso te falar. Sonhei as últimas duas noites contigo. No sonho tu sofrias um acidente. Cuidado quando sair de carro.”

Isso me abalou. Pode-se dizer que me abalou profundamente. Caminhei mais algumas quadras em estado de choque. Um martelo assombrava meus pensamentos. Os dois acontecimentos daquela tarde estavam selando minha noite de natal. Cheguei na casa de um amigo. Lá, sem querer, formou-se uma reunião. Estávamos reunidos, brindando o natal, antes de cada um ir para junto de sua família. Cerveja e risadas. Rolou até um joguinho de truco.

Quando levantei para ir embora, senti que estava leve. Não, não era a cerveja. Fui até minha casa contagiado por um sentimento estranho. À noite, saí com meus pais. Passamos a ceia na casa da noiva do meu irmão. Nada em especial.

Depois saí de carro para descontrair. Acabei encontrando alguns amigos em um bar. Fiquei até ao amanhecer sentando conversando besteiras e futilidades. Quando entrei no carro para andar as poucas quadras até minha casa, antes de ligar, percebi o quanto foi bom meu natal. Apesar das únicas coisas dignas de atenção terem sido ruins. Percebi que a simplicidade das coisas boas falaram por si só.

Feliz Natal

O Blog do Capeta

Acreditar no capeta é ter uma crença, e nós acreditamos nesse diabo verde como um instrumento de comunicação. Bem longe de conduzir a verdade, mas sempre na busca do seu caminho.

Assim que fizemos o Blog durante esse ano. Um abraço bem do fundo do coração, a todos que participaram de alguma forma da nossa empreitada. Seja colaborando, comentando, lendo, ou apenas apostando que daria errado.

Um feliz natal, e um ótimo ano novo, mesmo que isso não pareça coisa do capeta.

Entre as petulâncias do tempo

Júnior Grings

Entre as petulâncias do tempo, encontrei minha vida jogada em uma estante. Passei a folhá-la com calma, parecia que definitivamente não tinha participado dela. Não era falta de intensidade, muito menos sobra de sanidade, era minha vida até aquele capítulo. Enquanto buscava explicações sobre os mais bizarros e normais acontecimentos, uma pergunta martelava minha lucidez. Qual o sentido, porque pensar nisso?

Não conseguia encontrar uma resposta, ou talvez isso me amedrontasse. O mais estranho era temer algo que não era claro, um ponto nebuloso, justamente como o presente se apresenta ao tempo. O presente não é nada a mais do que um estalo de dedos. Nesse compasso minhas convicções começavam a entrar em um conflito. A melancolia definitivamente dava tons musicais aos meus pensamentos.

Estava longe de não saber quem eu era, entretanto não tinha sentido algum tudo que eu já tinha feito. Pensei em passar a borracha em tudo, como se isso fosse possível, de bate pronto percebi que não conseguiria reescrever meu passado, eu não conseguia nem dar rumo ao meu futuro. É, tudo levava a crer que estava perdido.

No entanto, só pode estar perdido quem está em busca de alguma coisa, e de forma alguma eu poderia afirmar isso, não enquanto eu apenas estivesse folhando a minha vida.

O Jonh Deere está acabando

Everton Maciel

Agora é oficial. O clima de velório está intalado em Horizontina. A direção da equipe de futsal Jonh Deere liberou todos os seu jogadores para procurar novos clubes. O tricampeão gaúcho esta em busca de novos mantenedores. Segundo o presidente do clube, Luiz Stein, a diretoria busca novos patrocinadores para manter a estrutura funcionando na Liga Nacional em 2008.

Com a dificuldade de novos incentivos, a direção do clube preferiu liberar todos os jogadores da equipe. A empresa de colheitadeiras Jonh Deere não assumirá 100% das despesas do futsal em 2008.

Uma tragédia para os horizontinses que viviam ainda um clima e euforia com a última conquista.

Gol de Reginho na prorrogação garante o tri para o John Deere

Jonas Diogo

Superação. Está é a palavra que resume a conquista do tricampeonato gaúcho consecutivo pelo John Deere Futsal, hoje, após a vitória por um a zero na prorrogação, em cima da UCS, em Caxias do Sul.

O Time iniciou a temporada desacreditado, ficando apenas na 12ª colocação na Liga Nacional e sofrendo para se classificar na Série Ouro, buscou forças para conquistar o titulo. Precisava de um empate no tempo normal, ou em caso de derrota, vencer na prorrogação. No tempo normal 2 a 1 para a UCS, mas na prorrogação brilhou a estrela do goleiro Réginho.

Se no lado da UCS havia uma constelação que atendiam pelos nomes de Bagé, Xoxô, Valdin, Bebeto, Maicky, entre outros, do lado do John Deere havia um talentoso e predestinado a ser o herói do tri. Reginho foi o grande nome do jogo. Desde o primeiro minuto a UCS se propôs a buscar o gol e a vitória no tempo normal para recuperar a vantagem do empate na prorrogação. Precavido, o técnico Serginho da equipe caxiense esperava o melhor momento para pressionar e fazer o gol. Este momento veio na metade do segundo tempo quando Hugo, do John Deere, e Índio, da UCS, foram expulsos, por trocarem cotoveladas em uma jogada lateral. Com menos jogadores em quadra e mais espaço para jogar, a UCS se propôs a pressionar durante os dois minutos que ambas as equipes ficariam com três jogadores em linha.

Com a pressão da UCS, Reginho, goleiro do John Deere, dava sinais que seria o grande nome da final com defesas impressionantes. Mas um chute ele não conseguiu alcançar e Xoxô fez o primeiro gol da UCS, e, logo em seguida, Ricardinho ampliou. A partir do segundo gol da UCS, o técnico Paulinho Sananduva começou a projetar a prorrogação pedindo para o time ter calma e não cometer faltas e estourar o limite de faltas coletivas. Numa roubada de bola, Marcelinho lançou Chico que descontou, mas ficou nisso e a decisão foi para a prorrogação.

Os 10 minutos de prorrogação era o tempo que o John Deere tinha para fazer um gol, não sofrer nenhum e conquistar o tri. Antes de iniciar a prorrogação o técnico Paulinho Sananduva orientou o time jogar com confiança, esperar a postura a UCS para agir e só partir para o tudo ou nada no final, caso fosse necessário. A estratégia deu certo. O time de Horizontina começou tocando a bola e procurando os espaços, enquanto a UCS se fechava e tentava encaixar os contra-ataques. Bem fachada na defesa, a UCS continha os ataques do John Deere, que não finalizava com precisão. Foi ai que brilhou a estrela de Reginho: ao perceber o espaço pelo meio da quadra avançou e chutou forte para o gol da UCS fazendo o gol da equipe de Horizontina.

Daí em diante o John Deere passou a administrar o jogo, e se defender como podia, para comemorar com estilo mais um título. A festa começou ainda no ginásio entre jogadores, comissão técnica, diretoria e torcedores que percorreram mais 500 km, em três ônibus, até Caxias do Sul, para torcer pelo John Deere.

Torcida sobe a serra para empurrar o JD

Everton Maciel

Nesse sábado, em Caxias do Sul, a região Noroeste estará presente de alma, e incorporada em 12 jogadores, na comissão técnica e em mais de uma centena de torcedores. Toda essa tigrada medonha estará subindo a serra gaúcha para disputar o segundo jogo da final da Série Ouro de Futsal. A equipe do John Deere, entrará em campo defendo o Bi-campeonato contra a equipe da UCS/Cortiana.

Nos anos anteriores, a equipe alvi-verde de Horizontina era favorita, e decidiu em seus domínios a competição. Esse ano, o favoritismo é todo da equipe caxiense, que conta com alguns selecionáveis em seu plantel. Entretanto, no primeiro jogo uma união entre torcida e jogadores promoveu uma virada heróica. A galera da arquibancada já provou, Brasil a fora, sua paixão. Um dos mais fanáticos torcedores do John Deere Futsal, Paulo Stein, sentencia:

- Eu, como acompanho o John Deere desde os tempos de Caipirinha, sinto que a cada grito de incentivo estou dando um passe; a cada roubada de bola, vibro junto com os jogadores; e a cada gol marcado, comemoro como se fosse um gol meu, emociona-se Stein.

É justamente nesse ritmo que a caravana de três ônibus, parte a meia-noite desta sexta-feira. Serão, aproximadamente, 8 horas de viagem para gritar, vibrar e sofrer junto com a equipe em busca de mais esse título.

CPMF parte II

Júnior Grings

A reforma tributária é imprescindível. Mas o mínimo que se espera das taxas e tributos é que sejam justas, e compatíveis com cada camada da população. Evidente que injustiças sempre ocorrerão, mas elas não podem ser regras. Considero a CPMF um dos impostos mais justos, e tem a seu favor, ainda, a possibilidade de ser uma eficiente arma de fiscalização contra a sonegação.

A questão é: a derrota do governo não foi movida pela redução da carga tributária, foi uma queda de braços entre oposição e governo. Isso realmente é lamentável, enquanto essa novela aconteceu, se gastou muito tempo, deixando de lado o real debate da situação. Precisamos, urgentemente, revisar todo o processo tributário e combater a sonegação.

Sonegar é também um ato de corrupção.

O final da CPMF parte I

Júnior Grings

O governo federal amargou ontem uma derrota na votação da CPMF. Talvez ontem seja até um exagero, pois a votação acabou acontecendo depois da meia noite. Mesmo com as tentativas de levar a votação para o meio dia de hoje, e com a promessa do presidente de destinar toda arrecadação para saúde, pouco adiantou, o painel de votação apontou no final, 45 votos prol a prorrogação, e 34 contra.

Podemos dizer que o queijo ganhou a batalha, mas a faca continua com afiada, o governo vai dar a resposta.

Feriados laicos?

Da Redação

Mesmo que não faça muita diferença, pois o trabalho por lá é resumido às maselas, hoje é feriado em Brasília: dia do evangélico.

Tipo em Santa Rosa: dia da reforma luterana, em 31 de outubro, espécie de compensação pelas dezenas de feriados católicos no calendário.

Pergunta: O país não deveria ser laico; ou seja: permitir todas as manifestações religiosas, mas não interferir nas coisas da fé?

Só para relembrar...

Everton Maciel

Durante os últimos dias, surgiram algumas polêmicas sobre o Estacionamento Rotativo de Santa Rosa. Pseudônimos andaram se queixando de supostos privilégios concedidos a Cargos de Confiança do Prefetio Alcides Vicini (veja, neste mesmo blog, o texto "Pseudônimos de Plantão")... como os pseudônimos não tem credibilidade para absolutamente nada, resolvi resgatar um material publicado originalmente no sítio eletrônico LeiteQuente.com:

No mundo dos privilégios inexplicáveis: uns mais iguais que os outros

Vivemos num verdadeiro picadeiro de privilégios inexplicáveis. Temos muitos fenômenos que merecem alguns minutos de reflexão. Como ando a pé, sinto-me mais do que a vontade para verbalizar um destes fenômenos: o estacionamento no centro da cidade. Depois da implantação do estacionamento rotativo, que tem defensores e censuras de todos os lados, cada vaga, isenta de cobrança, próxima ao centro ficou muito mais disputada.

Refiro-me aos que vêm ao trabalho de carro e precisam estacionar durante, no mínimo, um turno inteiro. Ficou, com certeza, muito mais difícil a busca de uma vaga para estes. Mas, no país onde uns são mais iguais que os outros, seres togados têm vantagens que surpreendem a inteligência humana.

Falo da Receita Federal, do Ministério Público Federal e do Poder Judiciário do Estado. Estas entidades ganharam de presente da Administração Pública Municipal duas vagas de estacionamento nas portas de seus locais de funcionamento.

Questionado sobre o fenômeno, o secretário de trânsito, Valmor dos Santos Góes, justificou que as vagas foram solicitas formalmente e cedidas. Disse que não se trata de privilégios. Contou-nos ainda que moradores do Centro da nossa cidade fizeram o mesmo e foram atendidos! A justificativa é o tempo em que esses ilustres moradores habitam nossa cidade e, sem garagem, obrigam-se a deixar seus veículos dioturnamente na frente de suas residências.

Pergunto: que culpa nós temos que essas entidades e esses moradores não possuem garagens para abrigar seus carros?

Vou protocolar na prefeitura, ainda hoje, um pedido solicitando duas vagas aqui na frente da empresa: uma para quando minha mãe vir me visitar, outra para quando conseguir juntar dinheiro para comprar um carro.

***

Esse texto foi publicado no LeiteQuente.com no dia 11 de agosto, de 2006. De lá para cá, o Forum, que tinha duas vagas, pediu mais cinco. Hoje, praticamente, toda a frente do prédio está reservada para os funcionários do órgão, em pleno centro da cidade! Devo ter batido a cabeça com muita força do berço. Só pode!

No alto da inspiração

Júnior Grings

Enquanto a nicotina embriagava meus pulmões, comecei a imaginar algumas bobagens tão imbecis quanto o meu vício, brigando com o teclado tentava escrever algo útil, para postar no blog, que mesmo sendo fulero, merece um bom tempo da minha atenção. A milonga, que tocava ao fundo, dava o ritmo às tragadas intermináveis no filtro já amassado pela voracidade do meu tabagismo.

Olhando a bagunça da minha mesa, procurava algo qualquer para me colocar no foco do que eu deveria escrever. Veio à minha imaginação, uma pergunta que começou a bater como um sino. O que eu deveria escrever? Há dias, não conseguia me atinar para nada. Tentei até pedir algumas sugestões a alguns amigos, entretanto, nada me chamava atenção. O trabalho realmente estava me consumindo nos últimos dias.

Isso, no fundo me incomodava, mais do que o normal. Notava que a irritação já resvalava às pessoas que me rodeavam. Mas, o teclado continuava pesado. Todas as frases que manchavam a imensidão branca do monitor não tinham fim. E, ao tempo de cada tragueada do cigarro, a ebulição da crise vinha à tona. Estava começando a me convencer de parar com tudo, e buscar alguma besteira para encher minha cabeça.

Todavia, as besteiras e bobagens já estavam impregnadas no meu pensamento e na marrenta fumaça da minha sala. Algo em mim ainda relutava por algumas linhas nexas de um pensamento sóbrio. Não sabia como, e nem donde, buscaria inspiração para vencer meu marasmo intelectual. O teclado parecia querer fugir dos meus dedos.

No alto na minha conivência com tudo que se passava em minha cabeça, como nos contos de fadas, um estalo surge do fundo do escuro túnel das minhas idéias. A luz toma conta dos meus pensamentos. Enfim, parto para ação, ascendo o terceiro cigarro, desligo o computador e desisto de escrever.

Justiça

Júnior Grings


Há poucos dias atrás, enquanto dois amigos conversavam sobre a justiça brasileira, eu ouvia atentamente. Observei que a indignação com a impunidade de alguns políticos era notória, eles não conseguiam achar explicação lógica para alguns fatos e escândalos que estavam ganhando a mídia naqueles dias. Em um determinado momento, notaram meu silêncio e me indagaram sobre o assunto. Titubeei por um momento, mas, enfim, por mais assombrosa que fosse minha resposta eu não poderia fugir dela.

Não queria absolver ninguém, tampouco estava menos indignado, todavia não poderia atirar pedras na justiça da mesma maneira, pelo menos, não no mesmo ponto-de-vista. Antes que a justiça seja omissa que injusta. A justiça não pode errar, ou cometer injustiças, é melhor deixar de punir cem culpados, do que punir um inocente. E é justamente assim que vemos o Poder Judiciário lidar com todas as acusações que pairam sobre os políticos da república.

A minha indignação, é justamente por essa ótica, quando não se trata de pessoas com certa notoriedade, parece que a justiça não tem essa mesma preocupação. Em boa parte das vezes, o judiciário parece não conter o ímpeto de fazer justiça, e acaba em alguns casos cometendo erros. E como muitas dessas pessoas não têm seu caso com certa ênfase pública, fica por isso mesmo.

A simplicidade do amor

Júnior Grings

Como sorriso de criança ganhando sorvete em domingo à tarde, posso desenhar a simplicidade do amor em minha embriagada mente. Como o amor, algo que em sua essência é simples, pode emaranhar nossas idéias, e por vezes até desvirtuar nossos conceitos de certo e errado.

Muitas pessoas dizem que é muito mais fácil amar, do que explicar o amor. Disso não posso duvidar. Todavia, a questão não é essa. Não quero falar de amar, mas, sim, de amor. O amor é simples. Não pode ser diferente: em sua simplicidade, ele encanta. Entretanto, simplificar as coisas é que é complicado.

Precisamos de combustíveis para qualquer sentimento. Com o amor não é diferente. Geralmente, as pessoas nunca erram nos ingredientes. Mas, sim, nas quantidades. Com sobrecargas de ímpeto e desejo, colocamos o objeto de adoração num degrau acima de nós mesmos. O problema é justamente esse, colocamos o amor em um lugar inalcançável, e damos a vida para alcançá-lo.

Só podemos amar aquilo que faz parte de nós mesmos. Se o objeto amado está apenas em nossa cabeça, só podemos amá-lo lá. Vejo que essa é a grande dificuldade das pessoas ao amarem: elas desenham o amado de tal forma, que ele nunca será realmente assim. Então, poderá ser amado apenas nos sonhos. É com esse pensamento que afirmo: o amor é algo essencialmente simples. O emaranhado de dificuldades é posto por nós mesmos.

Cartas do Norte

O Editor Chefe, Agrimensor nas horas vagas, Junior Grings, viajou ao Maranhão. Nas próximas linhas um pouco das impressões do astuto aventureiro, que anda lá pelas bandas da Linha do Equador.

Sorte pela sorte
9 horas do dia 06/08 às 7 horas do dia 07/08

Nada pode ser mais azarado do que a sorte, em um minuto estamos rodeados pela sorte, em outro ela resvala. E se não tivesse aparecido estaríamos no lucro. É assim que cruzei os três Estados do Sul. Minha segunda-feira foi tão feliz quanto infeliz. Todavia, comecei a terça-feira fazendo companhia ao motorista, a cada estação um pouco de nicotina.

Moleque arretado
8 horas do dia 07/08 às 7 horas do dia 08/08

Os macabros passos ao escuro, me perturbaram, inquietaram, e sim, assombraram. O dia foi deveras tranqüilo, a boa companhia um moleque arretado que implicou com o meu brinco, e sua meia dúzia de anos não o impediu de cantar metade das mulheres do ônibus. Já estou em terras distantes, já posso sentir o equador saltitar aos meus sentidos. E o Fisco? Este será um capítulo a parte.

A chegada do Ateu
8 horas do dia 8/08 às 7 horas do dia 09/08

Cheguei a minha primeira parada, ufa... até que enfim, não agüentava mais andar de ônibus. Era passado das 23 horas quando cheguei em Balsas no Maranhão, me hospedei em um hotel fulero, depois saí para tomar uma cerveja e espairecer um pouco. Antes que eu me esqueça, uma moça que estava viajando na primeira poltrona atrás de mim, católica fervorosa, ficou deslumbrada por ter conversado pela primeira vez com um ateu.

Desejo

Júnior Grings

Definitivamente, o combustível do ser humano é o desejo. Se estamos discutindo algos sobre um ser racional ou não, é uma pergunta bem mais profunda, e não me sinto a vontade para respondê-la. É o nosso desejar ser, desejar ter, que propulciona a vida. Por isso que observamos todos os dias, pessoas ligadas à atos corruptos. Pessoas com sua capacidade de desejar desmedida, nem um pouco compatível com sua capacidade e sua situação econômica. Como sempre diz um grande amigo meu, lá das bandas da linha do equador: "quer conhecer uma pessoa? Pois dê a ela dinheiro e poder".

Problemas da Tecnologia III

Júnior Grings

Algumas coisas nesse mundo moderno são estranhas. Há alguns anos atrás, e não muitos, celular era um bem da elite, considerava-se “chique” as pessoas que o tinham. No entanto, hoje, “chique” é não ter o aparato por perto. O celular virou mania, utensílio praticamente obrigatório, e, diga-se de passagem, muito útil.

Mensurar sua utilidade é algo complicado. Também é muito comum termos resultados dessa medida bem destorcidos. Uma ferramenta que nos possibilita comunicação, praticamente em todos os lugares onde estamos é algo fenomenal e revolucionário. Todavia, fazer boa utilização dessa ferramenta não é algo tão simples assim. Celular é algo pessoal, e precisamos respeitar antes de mais nada a privacidade do seu usuário.

Sempre que vamos fazer uma ligação para um celular devemos, obrigatoriamente, pensar no que a outra pessoa pode estar fazendo. Isso nos ajudará a avaliar a importância da nossa ligação. Depois de pesarmos os fatores, devemos, se for pertinente, efetuar a chamada. Lembrando sempre, que o que é importante para nós, pode não ser tão importante à outra pessoa. O celular realmente é um aparelinho que pode salvar vidas, agilizar as coisas e reduzir espaços físicos entre seus usuários. Mas, também, pode causar embaraços e desconfortos.

Outro grande problema é usarmos em lugares impróprios. Como por exemplo, enquanto dirigimos, na peça de teatro, na sala de aula, enfim, em ambientes onde outras pessoas podem ser afetadas por nossa causa.

O problema não é usar o celular. É, sim, como e quando usá-lo.

Problemas da Tecnologia II

Júnior Grings

Continuando a série Problemas da Tecnologia, quero falar hoje sobre uma grande maravilha da era da informática, o corretor de textos. Trata-se uma ferramenta que uso e abuso, mas, sempre estou precavido do meu pequeno dicionário da língua portuguesa, e de um bom dicionário de sinônimos. A gramática é outra ferramenta fundamental sobre a mesa.

Assim como outros programas de digitação, no mais usado deles, o word, é comum que os corretores pregarem algumas peças. Isso se agrava, principalmente, quando estamos trabalhando com assuntos que demandam algumas palavras técnicas. Em determinados textos a escolha equivocada de uma palavra, que muitas vezes teima em aparecer sublinhada, pode alterar todo o contexto do enunciado.

Muitas pessoas acham que o computador não se engana. Esse é realmente o problema: o computador, não tem a mínima idéia sobre o que estamos escrevendo. Portanto, é impossível ele dar um parecer confiável.

Revisar um texto, sempre foi e sempre vai ser uma missão minuciosa. Os corretores existem para evitarmos erros grosseiros. Entretanto, aquela leitura com calma e atenção depois de escrevermos é sempre necessária. A tecnologia está aí, deve ser usada, mas nunca podemos dispensar nossa atenção e nossa visão crítica.

Universalizar

Júnior Grings

Com essa onda de universalizar o português poderíamos também universalizar alguns políticos, assim os cofres públicos brasileiros seriam apenas uma parte, e não o todo. Vamos universalizar o mensalão. Viva!!

Democraticamente Incorreto

Júnior Grings

Somos democráticos enquanto a democracia nos favorece. Essa é sem dúvida a prerrogativa da maioria das pessoas. Qualquer relação social pode constatar essa minha afirmação. É comum fazermos pequenas eleições para decidir isso ou aquilo, algumas pessoas defendem essa ou aquela opinião, depois se faz uma apuração das opiniões e pronto chegou-se ao um resultado comum. Todavia, isso não funciona assim. A maioria das pessoas se omite no seu espaço de discussão, não expõe seu ponto de vista sobre os determinados assuntos, e uma, vez decidido, começam as desavenças.

É comum, vermos pessoas se colocarem fora do grupo por não ter suas idéias acatadas, afirmando assim que o interesse pessoal está acima de qualquer opinião comum. Desta forma, elas acabam não praticando um dos fundamentos da democracia, o de respeitar a posição da maioria.

Dificilmente temos o ato democrático completo. Levantamentos das questões, debates, escolhas e cumprimento das decisões. Ficamos, assim, sempre presos as nossas particularidades. Isso faz com que o já difícil exercício da democracia fique inviabilizado.

É verdade que a democracia tem seus problemas, mas sem dúvida o maior deles é nosso comportamento perante o processo democrático.

Problemas da Tecnologia

Júnior Grings

A tecnologia é formidável, transformadora, todavia o seu uso dever ser sempre medido e justificável. Um exemplo claro são as máquinas fotográficas digitais. Fotografia sempre foi o registro de um momento especial, algo único. Hoje, tira-se foto para tudo, de tudo e a toda hora. Depois simplesmente apaga-se as fotos que não se encaixam bem com a idéia do retratista.

Para muitos, isso parece uma maravilha, uma revolução. Entretanto, perde-se todo o charme e o significado que uma fotografia deveria ter. A magia do momento do retrato vai por água abaixo. O antes esperado momento do registro fotográfico, fica banalizado, ridicularizado, e refém de um simples clicar.

Fotografar é posterizar o belo, o inesquecível, o fenomenal. Metralhar flash´s sem objetivo e nem critério é simplesmente desmedir a tecnologia que se tem nas mãos.

Transversalidade disciplinar?

Júnior Grings

Chega. Vamos colocar um ponto final nessa hipocrisia. Estamos confrontados com uma das questões mais profundas e importantes da história do Brasil, e ainda temos pessoas afiliadas à idéias ultrapassadas, incoerentes e, quem sabe (eu disse quem sabe), mal intencionadas. Falo da obrigatoriedade da filosofia no ensino médio. A portaria do governo federal está aí, mas os estabelecimentos de ensino, principalmente públicos, estão agarrados em uma argumentação cômica.
Fala-se de uma tal de "transversalidade disciplinar", onde acreditam que matérias como filosofia e sociologia, tenha que ser ensinada dentro da gama de disciplinas existentes. Afirmando que a formação humanística do cidadão deva estar dentro da gama das ciências práticas, como matemática, português, etc . Tudo muito bonito, e bem explicado. Será?
Que disciplina, se não a filosofia, poderia estabelecer o diálogo entre as disciplinas? Como posso conceber tal teoria, se queremos colocar em segundo plano a ciência-matriz que explora o conhecimento, a linguagem, a lógica e a antropologia (os reais pilares de todas as outras ciências). Falar em transversalidade do ensino é falar em filosofia! E por que justamente ela deve ser subtraída em detrimento de um suposto "conhecimento prático"?
Precisamos ir além: por que confiaríamos em um sistema educacional falido, que já provou ser ineficiente na produção de cidadãos críticos e pensantes? Alguém arriscaria responder: quantas pessoas que saem dos bancos universitários são capazes de falar com lucidez de temas como ética, liberdade, conhecimento, religião e política? Pasmem: são essas as pessoas que, segundo a teoria acima, devem promover um diálogo "filosófico" entre as disciplinas.
Vejo aos montes futuros professores que não conseguem diferenciar informação e conhecimento. E ainda assim devo dar carta-branca a eles? Para cada um, dentro da sua disciplina, formar os cidadãos brasileiros do futuro? Desculpem, mas não posso assistir a tudo isso em silêncio.
Transversalidade já! Mas que ela seja gerida pelo rigor filosófico.

Sobrando dinheiro

Redação

“Interessante.... Há 10 anos viajam à Capital Federal para reivindicar recursos necessários para o desenvolvimento dos municípios. Reúnem-se na distante Brasília, e, muitas vezes, retornam sem soluções aos principais problemas.Pergunto: para que servem as representações estaduais eleitas pelo povo. Os deputados federais não seriam porta-vozes destas reivindicações? E aquelas representações das autarquias existentes nos Estados, para que servem afinal, só para empregar os "amiguinhos"? Se não há recursos, ou são escassos, quem paga a conta da viagem?Afinal, quem marcha, os prefeitos ou o povo?”

O texto acima postado no nosso blog na última terça-feira dia 10 de abril. Questiona a ida dos prefeitos a Brasília com muita propriedade. O que poderíamos dizer então do município de Horizontina, no noroeste gaúcho, que teve sete representantes no encontro? Imensa preocupação com o município ou excursão com o dinheiro público?

A beira do Abismo

Júnior Grings

A grande maioria das escolas estaduais do interior do estado do Rio Grande do Sul estão agonizando. Não só pelo péssimo estado de conservação, ou pela falta de recursos e repasses do governo estadual. Mas também pelo crime educacional que se comete em nome da saúde financeira do estado.

A falta de professores em determinadas disciplinas é assombroso, sem poder contratar escolas são obrigadas a remanejar seus quadros, colocando, boa parte das vezes, professores sem a menor formação em algumas áreas. Isso quando os têm. Algumas instituições chegam ao ponto de liberar os alunos determinados dias pela falta de profissionais. Quando não trocam dias letivos por dias de mutirão de limpeza nas escolas.

Como sempre quem paga a conta é a população, em casos com esse, duas vezes. Recolhendo os impostos, e também déficit na formação dos cidadãos. Precisamos acabar com essa salada de frutas na educação pública já. Professores bem formados, motivamos e trabalhando dentro do seu quadro de especialização é o mínimo que o estado precisa manter. Do contrário nunca sairemos da crise.

Super Homem

Júnior Grings

Talvez estarei discorrendo sobre um assunto forte, e altamente censurável pela maioria das pessoas. Todavia, penso ser muito pertinente escrever sobre isso. Os deuses acompanham o homem desde o começo da história da humanidade. É inegável a adoração do homem pelas divindades. Trata-se de um papel fundamental na sobrivivencia da humanidade. Sendo assim, a religião assume um status nobre e evidente nas nossas vidas.

Jamais questionarei Deus ou a religião, irei, sim, questionar o homem, ou melhor, a maneira com que o homem coloca Deus em sua vida. Por mais que isso pareça definido, que a grande maioria ache isso certo e indubitável, não estamos a serviço de Deus, ou ao seu dispor.

É sim, exatamente, o contrário: Deus está a nosso serviço. Talvez, isso soe como uma profunda heresia. Ao que me parece, nós somos homens. Portanto, os verdadeiros donos e soberanos de nossas vidas, e tudo que criamos e demos vida, precisa estar ao nosso dispor. A magnitude do homem é exatamente essa: estamos imbuídos de um poder para criar ferramentas para facilitar nossa vida. Somos tão perspicazes e eficientes nisso que, muitas vezes, parece que essas ferramentas não podem ter saído de nós.

Porém, devemos levar em conta, que essas ferramentas não saem do homem comum, ou do simples homem, e sim, daquele que joga sua vida ao dispor do mundo e das pessoas. Um homem que seja forte o suficiente para se subtrair em nome de todos. Um, digamos, “Super Homem” o verdadeiro deus, aquele que cria e dá vida às ferramentas do dia-a-dia.