Pesquisar neste blog

Para que serve o orkut?

Júnior Grings

Não podemos negar que os sites de relacionamento tomaram conta da internet, principalmente, nesse chão tupiniquim. Entre eles, o mais popular é o orkut. Como tudo que cai na graça popular, ele provoca polêmica, e não poderia ser diferente. Muitos não abrem mais mão dessa ferramenta de relacionamento. Para outros, o Orkut é mais uma forma para fomentar a invasão de privacidade.

Sou usuário do orkut há mais de dois anos, interagindo com muitas pessoas, abstraí muitas coisas interessantes. Notei que a maioria das pessoas, inicialmente, buscam sedentamente uma suposta auto-afirmação, através dessa ferramenta, para logo em seguida moderar o uso dela. Restringindo o ciclo e as formas de relacionamento.

É muito claro, para mim, que como toda ferramenta, o orkut é uma excepcional forma de interagir com amigos, novos ou velhos, distantes ou próximos, e também com pessoas de gostos e comportamentos similares aos nossos. Todavia, às vezes, ele nos causa alguns inconvenientes. Muitas vezes, gerados por nós mesmos, quando nos expomos demais, quando mostramos ser quem não somos, ou quando infringimos de alguma forma maléfica a privacidade dos outros.

Os sites de relacionamento nada mais são do que uma forma de socialização, mesmo que virtual. Como toda atividade social, precisa-se de regras. Respeitar, receber e dar concessões, para harmonizar o convívio. Se não tivermos isso presente, não há como termos um bom relacionamento com nossos amigos virtuais. Surgindo daí incômodos que muitas vezes tiram o sono dos internautas.

A Liberdade é do Senhor ou do Escravo?

Júnior Grings

Quem tem a liberdade, o senhor ou o escravo? Livre é o senhor que tem ao seu dispor inúmeros escravos, que transformam o seu suor em riquezas. Ou livre seriam os escravos, que não ficam prendidos ao mundo material e suas obrigações? Poderíamos dizer que as pessoas falariam, ser os senhores livres. Poucos apontariam os escravos.
Todavia, a condição de liberdade é a mesma entre os dois. Pois ambos são ligados por um elo. O senhor está ligado ao escravo, é ele quem o dá a condição de senhor. A legitimidade do senhor é o aval do seu escravo. Por sua vez o escravo é acorrentado pela opressão do senhor, na designação que o senhor dá ao escravo.
Entretanto, o maior agravante dessa dependência é a visão de emancipação que ambos têm de sua própria condição. O senhor, em seu casulo, oprime o escravo para afirmar cada vez mais a sua condição de senhoril. Dispensado qualquer forma de emancipação aos seus serviçais. Já o escravo, busca sua suposta liberdade almejando o lugar do senhor. Para poder ele, assim, também escravizar. O escravo não busca a emancipação da sua classe. Mas, sim, ele, individualmente, passar da condição de escravo para a condição de senhor.
Enquanto escravo e senhor ou senhor e escravo, mantiverem essa dialética, nenhum será liberto ou livre. Pois a condição de cada um é imposta pelo outro. E sua visão de emancipação não é mutua. Para ambos erguerem a bandeira da liberdade, é necessário a quebra dessa barreira. Uma condição onde não tenhamos nem escravos e nem senhores. Mas isso é só utopia.

Informação e conhecimento

Júnior Grings

Sempre estamos confundindo o nosso conhecimento com as informações que adquirimos, conhecer vai muito além de estar informado, bem ou mal, sobre determinado assunto. Temos uma grande ferramenta de informação a nossa disposição hoje em dia a internet, mas ela também é uma fonte de conhecimento? A internet realmente está transformando o mundo, as informações deslizam muito rápido, atravessam fronteiras em minutos espalhando-se assim pelo mundo todo. Essas informações ficam a disposição de todos, com uma grande facilidade, possibilitando que qualquer pessoa chegue até elas. Essas informações, algumas de fontes duvidosas, são conhecimentos de fato, ou não?

Não há duvida alguma, que a informação faz parte do conhecimento, todavia, para ela se tornar conhecimento tem um longo e árduo caminho a percorrer. É muito perigoso, confiar em uma gama de informações adquiridas de uma forma corriqueira, e sem rigor algum, pois informação é apenas uma etapa do conhecimento. Precisamos das informações, e nisso a internet é uma excelente ferramenta, claro sempre tendo o cuidado essencial de verificarmos a fonte da informação.

O conhecimento não tem formula mágica, apesar de muitas pessoas acharem que a era digital está aí para revolucionar o processo conhecimento, mas isso é um profundo engano, o caminho para se conhecer algo, é o mesmo desde os primórdios, é um caminho lento, com muitos buracos e poucos atalhos. Para se chegar ao conhecimento de fato pode-se demorar uma vida, ou como alguns pensadores já falaram, se eu vivesse outro tanto talvez chegasse lá.

Ter informações sempre é muito bom, conseguir avaliá-las de uma maneira crítica excelente, agora conseguir administrá-las e armazená-las e converter todas essas milhares de informações que nos chegam diariamente, em conhecimento é estar um passo da genialidade. E um gênio é constituído de muito esforço, e uma pitada de genialidade.

Dia Internacional de Quem?

Algumas coisas são realmente estranhas, de fato não entram na minha cabeça. Passei o dia oito de março inteiro observando o comportamento das mulheres, todas pareciam estar em um estado de graça, pra lá de orgulhosas, uma energia fora do comum brotava dos seus corpos. Oras, era o dia internacional da mulher!
Grandes homenagens, flores pra cá, chocolates pra lá, umas e outras mensagens carinhosas. Mas, enfim, o que realmente significa isso? Será que isso mostra realmente a emancipação das mulheres? Creio que não. Dedicar um dia às mulheres é no mínimo machista, preconceituoso e descabido. Dizer “parabéns pelo seu dia, Fulana”, é na maioria das vezes, dizer: coitadinha, vá em frente um dia você chega lá.
As mulheres não precisam de um dia. Elas têm todos os dias, assim como os homens, os brancos, os negros, os índios, enfim, todos os sexos, raças, cores. Enquanto as próprias mulheres erguerem a bandeira do seu dia, vão estar se condicionando como uma parcela inferior da população.
Quero dar os meus sinceros parabéns a todas vocês. Mas não pelo dia oito de março, mas, sim, por todos os dias. Todos os dias que vocês pintam o mundo com graça, beleza e bravura.

Júnior Grings

Mãos ao alto!

Pura sem-vergonhice o quê a empresa concessionária do transporte coletivo de Santa Rosa, no Noroeste do Estado, está fazendo com os usuários que compraram vales-transporte.
A concessionária está se negando a trocar as fichas verdes pelas azuis, que estão sendo colocadas na praça para coibir a suposta falsificação e a venda dos ambulantes. A alegação para a não-troca é coibir a venda e a estocagem de fichas. Ridículo!
Casos isolados não podem prejudicar centenas de pessoas que contrataram e pagaram (adiantado, diga-se de passagem) o serviço. Se há estocagem e venda irregular que a polícia e os fiscais competentes se encarreguem do assunto.
Sim, a empresa concessionária pode estipular um prazo limite para a substituição definitiva dos vales. Todavia, se não pode trocá-los, que não os venda para pessoas físicas. Venda-os, apenas, para as empresas que precisam fornecer para seus funcionários. Pronto. Claro, como água! Mas se os vales foram vendidos, que sejam trocados!
O Ministério Público já deu o recado: as pessoas que se sentirem lesadas devem recorrer à promotoria para buscar seus direitos.
Ganância tem limite. A verdadeira intenção dos concessionários é ganhar duas vezes. Quer moleza? Senta no pudim!

Júnior Grings

Viciar

Com vistas à última postagem do colega Jonas, vou de alguma forma relacionar o meu texto. Todavia, procurarei limitar o meu texto aos vícios em si. Impossível falar em vícios, sem mencionarmos escolhas, condicionamentos e liberdade. Para tanto, não poderíamos deixar a visão de Jean Paul Sartre de lado.
Sartre, com muita propriedade, acredita que nosso único condicionamento é a liberdade. Estaríamos, segundo ele, fadados a sempre fazermos escolhas. Em qualquer situação, por mais pressionados que parecemos estar a escolha interior de aceitar ou não é sempre nossa. As influências que podemos ter, serão sempre de apegos culturais e sociais. Logo, estão fora de nós, e podemos por elas optar.
Visualizando. A visão de Sartre, com os vícios, conseguimos ver de uma maneira clara, que somos os maiores responsáveis por adquiri-los, mesmo sofrendo influências dos meios em que vivemos e convivemos. Acredito que até aqui não tenhamos grandes novidades. Alguns podem bater um pouco mais na tecla dos condicionamentos sociais, mas isso seria um prolongamento, que a meu ver é pra lá de desnecessário.
Quero aqui, mostrar o que vejo como maior erro de interpretação nesse tema. Somos diariamente bombardeados com frases, como “o cigarro vicia”. Afirmo com imensa certeza que o cigarro não vicia ninguém. Nós que nos viciamos ao fumar. Esse ponto de vista que contraímos de maneira desfocada, e que nos faz inverter o sujeito da oração, é o grande mal a combater. Pois, enquanto jogarmos o objeto com o agente maligno da questão, estaremos afastados da cura e da superação do nosso vício.
Não podemos de forma alguma combater o objeto vicioso, e sim nosso comportamento para com o tal. Uma simples inversão de sujeito faz com que mentalizamos a questão de outra forma, não deixando a escolha para o objeto vicioso e sim para nós, os viciados.

Júnior Grings