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Onde está o Feliz Ano Novo?

Júnior Grings

O ano está chegando ao fim, retrospectivas em todos os meios de comunicação, votos de um 2008 melhor saltitam por toda parte. Isso é contagiante, empolgante e renovador. Entretanto, pecamos no passo primordial disso tudo.

Jean-Paul Sartre, filosofo francês, diz que a nossa maior prisão é a liberdade. Somos obrigados a sempre fazermos escolhas, e não podemos nunca fugir disso. Logo, nós somos determinados a escolher o nosso futuro. Ninguém mais. Por isso, pouco adianta os votos de um ano melhor, se não estivermos dispostos, durante o próximo ano, a fazer as escolhas certas.

Mas qual é afinal a escolha certa? Esse é o nosso grande desafio, para saber qual é o caminho certo para o próximo ano, não podemos nunca esquecer o ano que passou, sendo ele bom ou ruim. Não podemos dispensar os exemplos de sucesso, nem os de fracasso. Avaliar tudo o que passamos, e quem nos cerca é sem dúvida estar no caminho da escolha certa.

Todavia, não podemos esquecer que as escolhas são nossas, tudo que nos influencia pode participar das escolhas, mas nunca as farão.

O meu Natal lado B

Júnior Grings

Faz tempo que o natal perdeu o encanto, mas esse ano ele foi especial. O dia 24 começou turbulento, mais uma vez meu coração pregou uma de suas peripécias. Essas histórias de dor de cotovelo, coisas que acontecem. Ainda estava desnorteado, andando meio perdido pelas ruas da minha pequena cidade, observando a ansiedade e a alegria alheia, quando uma amiga, gritando meu nome, de longe, se aproxima. Suas palavras foram incisivas: “Júnior sei das tuas descrenças, mas eu preciso te falar. Sonhei as últimas duas noites contigo. No sonho tu sofrias um acidente. Cuidado quando sair de carro.”

Isso me abalou. Pode-se dizer que me abalou profundamente. Caminhei mais algumas quadras em estado de choque. Um martelo assombrava meus pensamentos. Os dois acontecimentos daquela tarde estavam selando minha noite de natal. Cheguei na casa de um amigo. Lá, sem querer, formou-se uma reunião. Estávamos reunidos, brindando o natal, antes de cada um ir para junto de sua família. Cerveja e risadas. Rolou até um joguinho de truco.

Quando levantei para ir embora, senti que estava leve. Não, não era a cerveja. Fui até minha casa contagiado por um sentimento estranho. À noite, saí com meus pais. Passamos a ceia na casa da noiva do meu irmão. Nada em especial.

Depois saí de carro para descontrair. Acabei encontrando alguns amigos em um bar. Fiquei até ao amanhecer sentando conversando besteiras e futilidades. Quando entrei no carro para andar as poucas quadras até minha casa, antes de ligar, percebi o quanto foi bom meu natal. Apesar das únicas coisas dignas de atenção terem sido ruins. Percebi que a simplicidade das coisas boas falaram por si só.

Feliz Natal

O Blog do Capeta

Acreditar no capeta é ter uma crença, e nós acreditamos nesse diabo verde como um instrumento de comunicação. Bem longe de conduzir a verdade, mas sempre na busca do seu caminho.

Assim que fizemos o Blog durante esse ano. Um abraço bem do fundo do coração, a todos que participaram de alguma forma da nossa empreitada. Seja colaborando, comentando, lendo, ou apenas apostando que daria errado.

Um feliz natal, e um ótimo ano novo, mesmo que isso não pareça coisa do capeta.

Entre as petulâncias do tempo

Júnior Grings

Entre as petulâncias do tempo, encontrei minha vida jogada em uma estante. Passei a folhá-la com calma, parecia que definitivamente não tinha participado dela. Não era falta de intensidade, muito menos sobra de sanidade, era minha vida até aquele capítulo. Enquanto buscava explicações sobre os mais bizarros e normais acontecimentos, uma pergunta martelava minha lucidez. Qual o sentido, porque pensar nisso?

Não conseguia encontrar uma resposta, ou talvez isso me amedrontasse. O mais estranho era temer algo que não era claro, um ponto nebuloso, justamente como o presente se apresenta ao tempo. O presente não é nada a mais do que um estalo de dedos. Nesse compasso minhas convicções começavam a entrar em um conflito. A melancolia definitivamente dava tons musicais aos meus pensamentos.

Estava longe de não saber quem eu era, entretanto não tinha sentido algum tudo que eu já tinha feito. Pensei em passar a borracha em tudo, como se isso fosse possível, de bate pronto percebi que não conseguiria reescrever meu passado, eu não conseguia nem dar rumo ao meu futuro. É, tudo levava a crer que estava perdido.

No entanto, só pode estar perdido quem está em busca de alguma coisa, e de forma alguma eu poderia afirmar isso, não enquanto eu apenas estivesse folhando a minha vida.

O Jonh Deere está acabando

Everton Maciel

Agora é oficial. O clima de velório está intalado em Horizontina. A direção da equipe de futsal Jonh Deere liberou todos os seu jogadores para procurar novos clubes. O tricampeão gaúcho esta em busca de novos mantenedores. Segundo o presidente do clube, Luiz Stein, a diretoria busca novos patrocinadores para manter a estrutura funcionando na Liga Nacional em 2008.

Com a dificuldade de novos incentivos, a direção do clube preferiu liberar todos os jogadores da equipe. A empresa de colheitadeiras Jonh Deere não assumirá 100% das despesas do futsal em 2008.

Uma tragédia para os horizontinses que viviam ainda um clima e euforia com a última conquista.

Gol de Reginho na prorrogação garante o tri para o John Deere

Jonas Diogo

Superação. Está é a palavra que resume a conquista do tricampeonato gaúcho consecutivo pelo John Deere Futsal, hoje, após a vitória por um a zero na prorrogação, em cima da UCS, em Caxias do Sul.

O Time iniciou a temporada desacreditado, ficando apenas na 12ª colocação na Liga Nacional e sofrendo para se classificar na Série Ouro, buscou forças para conquistar o titulo. Precisava de um empate no tempo normal, ou em caso de derrota, vencer na prorrogação. No tempo normal 2 a 1 para a UCS, mas na prorrogação brilhou a estrela do goleiro Réginho.

Se no lado da UCS havia uma constelação que atendiam pelos nomes de Bagé, Xoxô, Valdin, Bebeto, Maicky, entre outros, do lado do John Deere havia um talentoso e predestinado a ser o herói do tri. Reginho foi o grande nome do jogo. Desde o primeiro minuto a UCS se propôs a buscar o gol e a vitória no tempo normal para recuperar a vantagem do empate na prorrogação. Precavido, o técnico Serginho da equipe caxiense esperava o melhor momento para pressionar e fazer o gol. Este momento veio na metade do segundo tempo quando Hugo, do John Deere, e Índio, da UCS, foram expulsos, por trocarem cotoveladas em uma jogada lateral. Com menos jogadores em quadra e mais espaço para jogar, a UCS se propôs a pressionar durante os dois minutos que ambas as equipes ficariam com três jogadores em linha.

Com a pressão da UCS, Reginho, goleiro do John Deere, dava sinais que seria o grande nome da final com defesas impressionantes. Mas um chute ele não conseguiu alcançar e Xoxô fez o primeiro gol da UCS, e, logo em seguida, Ricardinho ampliou. A partir do segundo gol da UCS, o técnico Paulinho Sananduva começou a projetar a prorrogação pedindo para o time ter calma e não cometer faltas e estourar o limite de faltas coletivas. Numa roubada de bola, Marcelinho lançou Chico que descontou, mas ficou nisso e a decisão foi para a prorrogação.

Os 10 minutos de prorrogação era o tempo que o John Deere tinha para fazer um gol, não sofrer nenhum e conquistar o tri. Antes de iniciar a prorrogação o técnico Paulinho Sananduva orientou o time jogar com confiança, esperar a postura a UCS para agir e só partir para o tudo ou nada no final, caso fosse necessário. A estratégia deu certo. O time de Horizontina começou tocando a bola e procurando os espaços, enquanto a UCS se fechava e tentava encaixar os contra-ataques. Bem fachada na defesa, a UCS continha os ataques do John Deere, que não finalizava com precisão. Foi ai que brilhou a estrela de Reginho: ao perceber o espaço pelo meio da quadra avançou e chutou forte para o gol da UCS fazendo o gol da equipe de Horizontina.

Daí em diante o John Deere passou a administrar o jogo, e se defender como podia, para comemorar com estilo mais um título. A festa começou ainda no ginásio entre jogadores, comissão técnica, diretoria e torcedores que percorreram mais 500 km, em três ônibus, até Caxias do Sul, para torcer pelo John Deere.

Torcida sobe a serra para empurrar o JD

Everton Maciel

Nesse sábado, em Caxias do Sul, a região Noroeste estará presente de alma, e incorporada em 12 jogadores, na comissão técnica e em mais de uma centena de torcedores. Toda essa tigrada medonha estará subindo a serra gaúcha para disputar o segundo jogo da final da Série Ouro de Futsal. A equipe do John Deere, entrará em campo defendo o Bi-campeonato contra a equipe da UCS/Cortiana.

Nos anos anteriores, a equipe alvi-verde de Horizontina era favorita, e decidiu em seus domínios a competição. Esse ano, o favoritismo é todo da equipe caxiense, que conta com alguns selecionáveis em seu plantel. Entretanto, no primeiro jogo uma união entre torcida e jogadores promoveu uma virada heróica. A galera da arquibancada já provou, Brasil a fora, sua paixão. Um dos mais fanáticos torcedores do John Deere Futsal, Paulo Stein, sentencia:

- Eu, como acompanho o John Deere desde os tempos de Caipirinha, sinto que a cada grito de incentivo estou dando um passe; a cada roubada de bola, vibro junto com os jogadores; e a cada gol marcado, comemoro como se fosse um gol meu, emociona-se Stein.

É justamente nesse ritmo que a caravana de três ônibus, parte a meia-noite desta sexta-feira. Serão, aproximadamente, 8 horas de viagem para gritar, vibrar e sofrer junto com a equipe em busca de mais esse título.

CPMF parte II

Júnior Grings

A reforma tributária é imprescindível. Mas o mínimo que se espera das taxas e tributos é que sejam justas, e compatíveis com cada camada da população. Evidente que injustiças sempre ocorrerão, mas elas não podem ser regras. Considero a CPMF um dos impostos mais justos, e tem a seu favor, ainda, a possibilidade de ser uma eficiente arma de fiscalização contra a sonegação.

A questão é: a derrota do governo não foi movida pela redução da carga tributária, foi uma queda de braços entre oposição e governo. Isso realmente é lamentável, enquanto essa novela aconteceu, se gastou muito tempo, deixando de lado o real debate da situação. Precisamos, urgentemente, revisar todo o processo tributário e combater a sonegação.

Sonegar é também um ato de corrupção.

O final da CPMF parte I

Júnior Grings

O governo federal amargou ontem uma derrota na votação da CPMF. Talvez ontem seja até um exagero, pois a votação acabou acontecendo depois da meia noite. Mesmo com as tentativas de levar a votação para o meio dia de hoje, e com a promessa do presidente de destinar toda arrecadação para saúde, pouco adiantou, o painel de votação apontou no final, 45 votos prol a prorrogação, e 34 contra.

Podemos dizer que o queijo ganhou a batalha, mas a faca continua com afiada, o governo vai dar a resposta.

Feriados laicos?

Da Redação

Mesmo que não faça muita diferença, pois o trabalho por lá é resumido às maselas, hoje é feriado em Brasília: dia do evangélico.

Tipo em Santa Rosa: dia da reforma luterana, em 31 de outubro, espécie de compensação pelas dezenas de feriados católicos no calendário.

Pergunta: O país não deveria ser laico; ou seja: permitir todas as manifestações religiosas, mas não interferir nas coisas da fé?

Só para relembrar...

Everton Maciel

Durante os últimos dias, surgiram algumas polêmicas sobre o Estacionamento Rotativo de Santa Rosa. Pseudônimos andaram se queixando de supostos privilégios concedidos a Cargos de Confiança do Prefetio Alcides Vicini (veja, neste mesmo blog, o texto "Pseudônimos de Plantão")... como os pseudônimos não tem credibilidade para absolutamente nada, resolvi resgatar um material publicado originalmente no sítio eletrônico LeiteQuente.com:

No mundo dos privilégios inexplicáveis: uns mais iguais que os outros

Vivemos num verdadeiro picadeiro de privilégios inexplicáveis. Temos muitos fenômenos que merecem alguns minutos de reflexão. Como ando a pé, sinto-me mais do que a vontade para verbalizar um destes fenômenos: o estacionamento no centro da cidade. Depois da implantação do estacionamento rotativo, que tem defensores e censuras de todos os lados, cada vaga, isenta de cobrança, próxima ao centro ficou muito mais disputada.

Refiro-me aos que vêm ao trabalho de carro e precisam estacionar durante, no mínimo, um turno inteiro. Ficou, com certeza, muito mais difícil a busca de uma vaga para estes. Mas, no país onde uns são mais iguais que os outros, seres togados têm vantagens que surpreendem a inteligência humana.

Falo da Receita Federal, do Ministério Público Federal e do Poder Judiciário do Estado. Estas entidades ganharam de presente da Administração Pública Municipal duas vagas de estacionamento nas portas de seus locais de funcionamento.

Questionado sobre o fenômeno, o secretário de trânsito, Valmor dos Santos Góes, justificou que as vagas foram solicitas formalmente e cedidas. Disse que não se trata de privilégios. Contou-nos ainda que moradores do Centro da nossa cidade fizeram o mesmo e foram atendidos! A justificativa é o tempo em que esses ilustres moradores habitam nossa cidade e, sem garagem, obrigam-se a deixar seus veículos dioturnamente na frente de suas residências.

Pergunto: que culpa nós temos que essas entidades e esses moradores não possuem garagens para abrigar seus carros?

Vou protocolar na prefeitura, ainda hoje, um pedido solicitando duas vagas aqui na frente da empresa: uma para quando minha mãe vir me visitar, outra para quando conseguir juntar dinheiro para comprar um carro.

***

Esse texto foi publicado no LeiteQuente.com no dia 11 de agosto, de 2006. De lá para cá, o Forum, que tinha duas vagas, pediu mais cinco. Hoje, praticamente, toda a frente do prédio está reservada para os funcionários do órgão, em pleno centro da cidade! Devo ter batido a cabeça com muita força do berço. Só pode!

No alto da inspiração

Júnior Grings

Enquanto a nicotina embriagava meus pulmões, comecei a imaginar algumas bobagens tão imbecis quanto o meu vício, brigando com o teclado tentava escrever algo útil, para postar no blog, que mesmo sendo fulero, merece um bom tempo da minha atenção. A milonga, que tocava ao fundo, dava o ritmo às tragadas intermináveis no filtro já amassado pela voracidade do meu tabagismo.

Olhando a bagunça da minha mesa, procurava algo qualquer para me colocar no foco do que eu deveria escrever. Veio à minha imaginação, uma pergunta que começou a bater como um sino. O que eu deveria escrever? Há dias, não conseguia me atinar para nada. Tentei até pedir algumas sugestões a alguns amigos, entretanto, nada me chamava atenção. O trabalho realmente estava me consumindo nos últimos dias.

Isso, no fundo me incomodava, mais do que o normal. Notava que a irritação já resvalava às pessoas que me rodeavam. Mas, o teclado continuava pesado. Todas as frases que manchavam a imensidão branca do monitor não tinham fim. E, ao tempo de cada tragueada do cigarro, a ebulição da crise vinha à tona. Estava começando a me convencer de parar com tudo, e buscar alguma besteira para encher minha cabeça.

Todavia, as besteiras e bobagens já estavam impregnadas no meu pensamento e na marrenta fumaça da minha sala. Algo em mim ainda relutava por algumas linhas nexas de um pensamento sóbrio. Não sabia como, e nem donde, buscaria inspiração para vencer meu marasmo intelectual. O teclado parecia querer fugir dos meus dedos.

No alto na minha conivência com tudo que se passava em minha cabeça, como nos contos de fadas, um estalo surge do fundo do escuro túnel das minhas idéias. A luz toma conta dos meus pensamentos. Enfim, parto para ação, ascendo o terceiro cigarro, desligo o computador e desisto de escrever.

Justiça

Júnior Grings


Há poucos dias atrás, enquanto dois amigos conversavam sobre a justiça brasileira, eu ouvia atentamente. Observei que a indignação com a impunidade de alguns políticos era notória, eles não conseguiam achar explicação lógica para alguns fatos e escândalos que estavam ganhando a mídia naqueles dias. Em um determinado momento, notaram meu silêncio e me indagaram sobre o assunto. Titubeei por um momento, mas, enfim, por mais assombrosa que fosse minha resposta eu não poderia fugir dela.

Não queria absolver ninguém, tampouco estava menos indignado, todavia não poderia atirar pedras na justiça da mesma maneira, pelo menos, não no mesmo ponto-de-vista. Antes que a justiça seja omissa que injusta. A justiça não pode errar, ou cometer injustiças, é melhor deixar de punir cem culpados, do que punir um inocente. E é justamente assim que vemos o Poder Judiciário lidar com todas as acusações que pairam sobre os políticos da república.

A minha indignação, é justamente por essa ótica, quando não se trata de pessoas com certa notoriedade, parece que a justiça não tem essa mesma preocupação. Em boa parte das vezes, o judiciário parece não conter o ímpeto de fazer justiça, e acaba em alguns casos cometendo erros. E como muitas dessas pessoas não têm seu caso com certa ênfase pública, fica por isso mesmo.

A simplicidade do amor

Júnior Grings

Como sorriso de criança ganhando sorvete em domingo à tarde, posso desenhar a simplicidade do amor em minha embriagada mente. Como o amor, algo que em sua essência é simples, pode emaranhar nossas idéias, e por vezes até desvirtuar nossos conceitos de certo e errado.

Muitas pessoas dizem que é muito mais fácil amar, do que explicar o amor. Disso não posso duvidar. Todavia, a questão não é essa. Não quero falar de amar, mas, sim, de amor. O amor é simples. Não pode ser diferente: em sua simplicidade, ele encanta. Entretanto, simplificar as coisas é que é complicado.

Precisamos de combustíveis para qualquer sentimento. Com o amor não é diferente. Geralmente, as pessoas nunca erram nos ingredientes. Mas, sim, nas quantidades. Com sobrecargas de ímpeto e desejo, colocamos o objeto de adoração num degrau acima de nós mesmos. O problema é justamente esse, colocamos o amor em um lugar inalcançável, e damos a vida para alcançá-lo.

Só podemos amar aquilo que faz parte de nós mesmos. Se o objeto amado está apenas em nossa cabeça, só podemos amá-lo lá. Vejo que essa é a grande dificuldade das pessoas ao amarem: elas desenham o amado de tal forma, que ele nunca será realmente assim. Então, poderá ser amado apenas nos sonhos. É com esse pensamento que afirmo: o amor é algo essencialmente simples. O emaranhado de dificuldades é posto por nós mesmos.

Cartas do Norte

O Editor Chefe, Agrimensor nas horas vagas, Junior Grings, viajou ao Maranhão. Nas próximas linhas um pouco das impressões do astuto aventureiro, que anda lá pelas bandas da Linha do Equador.

Sorte pela sorte
9 horas do dia 06/08 às 7 horas do dia 07/08

Nada pode ser mais azarado do que a sorte, em um minuto estamos rodeados pela sorte, em outro ela resvala. E se não tivesse aparecido estaríamos no lucro. É assim que cruzei os três Estados do Sul. Minha segunda-feira foi tão feliz quanto infeliz. Todavia, comecei a terça-feira fazendo companhia ao motorista, a cada estação um pouco de nicotina.

Moleque arretado
8 horas do dia 07/08 às 7 horas do dia 08/08

Os macabros passos ao escuro, me perturbaram, inquietaram, e sim, assombraram. O dia foi deveras tranqüilo, a boa companhia um moleque arretado que implicou com o meu brinco, e sua meia dúzia de anos não o impediu de cantar metade das mulheres do ônibus. Já estou em terras distantes, já posso sentir o equador saltitar aos meus sentidos. E o Fisco? Este será um capítulo a parte.

A chegada do Ateu
8 horas do dia 8/08 às 7 horas do dia 09/08

Cheguei a minha primeira parada, ufa... até que enfim, não agüentava mais andar de ônibus. Era passado das 23 horas quando cheguei em Balsas no Maranhão, me hospedei em um hotel fulero, depois saí para tomar uma cerveja e espairecer um pouco. Antes que eu me esqueça, uma moça que estava viajando na primeira poltrona atrás de mim, católica fervorosa, ficou deslumbrada por ter conversado pela primeira vez com um ateu.

Desejo

Júnior Grings

Definitivamente, o combustível do ser humano é o desejo. Se estamos discutindo algos sobre um ser racional ou não, é uma pergunta bem mais profunda, e não me sinto a vontade para respondê-la. É o nosso desejar ser, desejar ter, que propulciona a vida. Por isso que observamos todos os dias, pessoas ligadas à atos corruptos. Pessoas com sua capacidade de desejar desmedida, nem um pouco compatível com sua capacidade e sua situação econômica. Como sempre diz um grande amigo meu, lá das bandas da linha do equador: "quer conhecer uma pessoa? Pois dê a ela dinheiro e poder".

Problemas da Tecnologia III

Júnior Grings

Algumas coisas nesse mundo moderno são estranhas. Há alguns anos atrás, e não muitos, celular era um bem da elite, considerava-se “chique” as pessoas que o tinham. No entanto, hoje, “chique” é não ter o aparato por perto. O celular virou mania, utensílio praticamente obrigatório, e, diga-se de passagem, muito útil.

Mensurar sua utilidade é algo complicado. Também é muito comum termos resultados dessa medida bem destorcidos. Uma ferramenta que nos possibilita comunicação, praticamente em todos os lugares onde estamos é algo fenomenal e revolucionário. Todavia, fazer boa utilização dessa ferramenta não é algo tão simples assim. Celular é algo pessoal, e precisamos respeitar antes de mais nada a privacidade do seu usuário.

Sempre que vamos fazer uma ligação para um celular devemos, obrigatoriamente, pensar no que a outra pessoa pode estar fazendo. Isso nos ajudará a avaliar a importância da nossa ligação. Depois de pesarmos os fatores, devemos, se for pertinente, efetuar a chamada. Lembrando sempre, que o que é importante para nós, pode não ser tão importante à outra pessoa. O celular realmente é um aparelinho que pode salvar vidas, agilizar as coisas e reduzir espaços físicos entre seus usuários. Mas, também, pode causar embaraços e desconfortos.

Outro grande problema é usarmos em lugares impróprios. Como por exemplo, enquanto dirigimos, na peça de teatro, na sala de aula, enfim, em ambientes onde outras pessoas podem ser afetadas por nossa causa.

O problema não é usar o celular. É, sim, como e quando usá-lo.

Problemas da Tecnologia II

Júnior Grings

Continuando a série Problemas da Tecnologia, quero falar hoje sobre uma grande maravilha da era da informática, o corretor de textos. Trata-se uma ferramenta que uso e abuso, mas, sempre estou precavido do meu pequeno dicionário da língua portuguesa, e de um bom dicionário de sinônimos. A gramática é outra ferramenta fundamental sobre a mesa.

Assim como outros programas de digitação, no mais usado deles, o word, é comum que os corretores pregarem algumas peças. Isso se agrava, principalmente, quando estamos trabalhando com assuntos que demandam algumas palavras técnicas. Em determinados textos a escolha equivocada de uma palavra, que muitas vezes teima em aparecer sublinhada, pode alterar todo o contexto do enunciado.

Muitas pessoas acham que o computador não se engana. Esse é realmente o problema: o computador, não tem a mínima idéia sobre o que estamos escrevendo. Portanto, é impossível ele dar um parecer confiável.

Revisar um texto, sempre foi e sempre vai ser uma missão minuciosa. Os corretores existem para evitarmos erros grosseiros. Entretanto, aquela leitura com calma e atenção depois de escrevermos é sempre necessária. A tecnologia está aí, deve ser usada, mas nunca podemos dispensar nossa atenção e nossa visão crítica.

Universalizar

Júnior Grings

Com essa onda de universalizar o português poderíamos também universalizar alguns políticos, assim os cofres públicos brasileiros seriam apenas uma parte, e não o todo. Vamos universalizar o mensalão. Viva!!

Democraticamente Incorreto

Júnior Grings

Somos democráticos enquanto a democracia nos favorece. Essa é sem dúvida a prerrogativa da maioria das pessoas. Qualquer relação social pode constatar essa minha afirmação. É comum fazermos pequenas eleições para decidir isso ou aquilo, algumas pessoas defendem essa ou aquela opinião, depois se faz uma apuração das opiniões e pronto chegou-se ao um resultado comum. Todavia, isso não funciona assim. A maioria das pessoas se omite no seu espaço de discussão, não expõe seu ponto de vista sobre os determinados assuntos, e uma, vez decidido, começam as desavenças.

É comum, vermos pessoas se colocarem fora do grupo por não ter suas idéias acatadas, afirmando assim que o interesse pessoal está acima de qualquer opinião comum. Desta forma, elas acabam não praticando um dos fundamentos da democracia, o de respeitar a posição da maioria.

Dificilmente temos o ato democrático completo. Levantamentos das questões, debates, escolhas e cumprimento das decisões. Ficamos, assim, sempre presos as nossas particularidades. Isso faz com que o já difícil exercício da democracia fique inviabilizado.

É verdade que a democracia tem seus problemas, mas sem dúvida o maior deles é nosso comportamento perante o processo democrático.

Problemas da Tecnologia

Júnior Grings

A tecnologia é formidável, transformadora, todavia o seu uso dever ser sempre medido e justificável. Um exemplo claro são as máquinas fotográficas digitais. Fotografia sempre foi o registro de um momento especial, algo único. Hoje, tira-se foto para tudo, de tudo e a toda hora. Depois simplesmente apaga-se as fotos que não se encaixam bem com a idéia do retratista.

Para muitos, isso parece uma maravilha, uma revolução. Entretanto, perde-se todo o charme e o significado que uma fotografia deveria ter. A magia do momento do retrato vai por água abaixo. O antes esperado momento do registro fotográfico, fica banalizado, ridicularizado, e refém de um simples clicar.

Fotografar é posterizar o belo, o inesquecível, o fenomenal. Metralhar flash´s sem objetivo e nem critério é simplesmente desmedir a tecnologia que se tem nas mãos.

Transversalidade disciplinar?

Júnior Grings

Chega. Vamos colocar um ponto final nessa hipocrisia. Estamos confrontados com uma das questões mais profundas e importantes da história do Brasil, e ainda temos pessoas afiliadas à idéias ultrapassadas, incoerentes e, quem sabe (eu disse quem sabe), mal intencionadas. Falo da obrigatoriedade da filosofia no ensino médio. A portaria do governo federal está aí, mas os estabelecimentos de ensino, principalmente públicos, estão agarrados em uma argumentação cômica.
Fala-se de uma tal de "transversalidade disciplinar", onde acreditam que matérias como filosofia e sociologia, tenha que ser ensinada dentro da gama de disciplinas existentes. Afirmando que a formação humanística do cidadão deva estar dentro da gama das ciências práticas, como matemática, português, etc . Tudo muito bonito, e bem explicado. Será?
Que disciplina, se não a filosofia, poderia estabelecer o diálogo entre as disciplinas? Como posso conceber tal teoria, se queremos colocar em segundo plano a ciência-matriz que explora o conhecimento, a linguagem, a lógica e a antropologia (os reais pilares de todas as outras ciências). Falar em transversalidade do ensino é falar em filosofia! E por que justamente ela deve ser subtraída em detrimento de um suposto "conhecimento prático"?
Precisamos ir além: por que confiaríamos em um sistema educacional falido, que já provou ser ineficiente na produção de cidadãos críticos e pensantes? Alguém arriscaria responder: quantas pessoas que saem dos bancos universitários são capazes de falar com lucidez de temas como ética, liberdade, conhecimento, religião e política? Pasmem: são essas as pessoas que, segundo a teoria acima, devem promover um diálogo "filosófico" entre as disciplinas.
Vejo aos montes futuros professores que não conseguem diferenciar informação e conhecimento. E ainda assim devo dar carta-branca a eles? Para cada um, dentro da sua disciplina, formar os cidadãos brasileiros do futuro? Desculpem, mas não posso assistir a tudo isso em silêncio.
Transversalidade já! Mas que ela seja gerida pelo rigor filosófico.

Sobrando dinheiro

Redação

“Interessante.... Há 10 anos viajam à Capital Federal para reivindicar recursos necessários para o desenvolvimento dos municípios. Reúnem-se na distante Brasília, e, muitas vezes, retornam sem soluções aos principais problemas.Pergunto: para que servem as representações estaduais eleitas pelo povo. Os deputados federais não seriam porta-vozes destas reivindicações? E aquelas representações das autarquias existentes nos Estados, para que servem afinal, só para empregar os "amiguinhos"? Se não há recursos, ou são escassos, quem paga a conta da viagem?Afinal, quem marcha, os prefeitos ou o povo?”

O texto acima postado no nosso blog na última terça-feira dia 10 de abril. Questiona a ida dos prefeitos a Brasília com muita propriedade. O que poderíamos dizer então do município de Horizontina, no noroeste gaúcho, que teve sete representantes no encontro? Imensa preocupação com o município ou excursão com o dinheiro público?

A beira do Abismo

Júnior Grings

A grande maioria das escolas estaduais do interior do estado do Rio Grande do Sul estão agonizando. Não só pelo péssimo estado de conservação, ou pela falta de recursos e repasses do governo estadual. Mas também pelo crime educacional que se comete em nome da saúde financeira do estado.

A falta de professores em determinadas disciplinas é assombroso, sem poder contratar escolas são obrigadas a remanejar seus quadros, colocando, boa parte das vezes, professores sem a menor formação em algumas áreas. Isso quando os têm. Algumas instituições chegam ao ponto de liberar os alunos determinados dias pela falta de profissionais. Quando não trocam dias letivos por dias de mutirão de limpeza nas escolas.

Como sempre quem paga a conta é a população, em casos com esse, duas vezes. Recolhendo os impostos, e também déficit na formação dos cidadãos. Precisamos acabar com essa salada de frutas na educação pública já. Professores bem formados, motivamos e trabalhando dentro do seu quadro de especialização é o mínimo que o estado precisa manter. Do contrário nunca sairemos da crise.

Super Homem

Júnior Grings

Talvez estarei discorrendo sobre um assunto forte, e altamente censurável pela maioria das pessoas. Todavia, penso ser muito pertinente escrever sobre isso. Os deuses acompanham o homem desde o começo da história da humanidade. É inegável a adoração do homem pelas divindades. Trata-se de um papel fundamental na sobrivivencia da humanidade. Sendo assim, a religião assume um status nobre e evidente nas nossas vidas.

Jamais questionarei Deus ou a religião, irei, sim, questionar o homem, ou melhor, a maneira com que o homem coloca Deus em sua vida. Por mais que isso pareça definido, que a grande maioria ache isso certo e indubitável, não estamos a serviço de Deus, ou ao seu dispor.

É sim, exatamente, o contrário: Deus está a nosso serviço. Talvez, isso soe como uma profunda heresia. Ao que me parece, nós somos homens. Portanto, os verdadeiros donos e soberanos de nossas vidas, e tudo que criamos e demos vida, precisa estar ao nosso dispor. A magnitude do homem é exatamente essa: estamos imbuídos de um poder para criar ferramentas para facilitar nossa vida. Somos tão perspicazes e eficientes nisso que, muitas vezes, parece que essas ferramentas não podem ter saído de nós.

Porém, devemos levar em conta, que essas ferramentas não saem do homem comum, ou do simples homem, e sim, daquele que joga sua vida ao dispor do mundo e das pessoas. Um homem que seja forte o suficiente para se subtrair em nome de todos. Um, digamos, “Super Homem” o verdadeiro deus, aquele que cria e dá vida às ferramentas do dia-a-dia.

Para que serve o orkut?

Júnior Grings

Não podemos negar que os sites de relacionamento tomaram conta da internet, principalmente, nesse chão tupiniquim. Entre eles, o mais popular é o orkut. Como tudo que cai na graça popular, ele provoca polêmica, e não poderia ser diferente. Muitos não abrem mais mão dessa ferramenta de relacionamento. Para outros, o Orkut é mais uma forma para fomentar a invasão de privacidade.

Sou usuário do orkut há mais de dois anos, interagindo com muitas pessoas, abstraí muitas coisas interessantes. Notei que a maioria das pessoas, inicialmente, buscam sedentamente uma suposta auto-afirmação, através dessa ferramenta, para logo em seguida moderar o uso dela. Restringindo o ciclo e as formas de relacionamento.

É muito claro, para mim, que como toda ferramenta, o orkut é uma excepcional forma de interagir com amigos, novos ou velhos, distantes ou próximos, e também com pessoas de gostos e comportamentos similares aos nossos. Todavia, às vezes, ele nos causa alguns inconvenientes. Muitas vezes, gerados por nós mesmos, quando nos expomos demais, quando mostramos ser quem não somos, ou quando infringimos de alguma forma maléfica a privacidade dos outros.

Os sites de relacionamento nada mais são do que uma forma de socialização, mesmo que virtual. Como toda atividade social, precisa-se de regras. Respeitar, receber e dar concessões, para harmonizar o convívio. Se não tivermos isso presente, não há como termos um bom relacionamento com nossos amigos virtuais. Surgindo daí incômodos que muitas vezes tiram o sono dos internautas.

A Liberdade é do Senhor ou do Escravo?

Júnior Grings

Quem tem a liberdade, o senhor ou o escravo? Livre é o senhor que tem ao seu dispor inúmeros escravos, que transformam o seu suor em riquezas. Ou livre seriam os escravos, que não ficam prendidos ao mundo material e suas obrigações? Poderíamos dizer que as pessoas falariam, ser os senhores livres. Poucos apontariam os escravos.
Todavia, a condição de liberdade é a mesma entre os dois. Pois ambos são ligados por um elo. O senhor está ligado ao escravo, é ele quem o dá a condição de senhor. A legitimidade do senhor é o aval do seu escravo. Por sua vez o escravo é acorrentado pela opressão do senhor, na designação que o senhor dá ao escravo.
Entretanto, o maior agravante dessa dependência é a visão de emancipação que ambos têm de sua própria condição. O senhor, em seu casulo, oprime o escravo para afirmar cada vez mais a sua condição de senhoril. Dispensado qualquer forma de emancipação aos seus serviçais. Já o escravo, busca sua suposta liberdade almejando o lugar do senhor. Para poder ele, assim, também escravizar. O escravo não busca a emancipação da sua classe. Mas, sim, ele, individualmente, passar da condição de escravo para a condição de senhor.
Enquanto escravo e senhor ou senhor e escravo, mantiverem essa dialética, nenhum será liberto ou livre. Pois a condição de cada um é imposta pelo outro. E sua visão de emancipação não é mutua. Para ambos erguerem a bandeira da liberdade, é necessário a quebra dessa barreira. Uma condição onde não tenhamos nem escravos e nem senhores. Mas isso é só utopia.

Informação e conhecimento

Júnior Grings

Sempre estamos confundindo o nosso conhecimento com as informações que adquirimos, conhecer vai muito além de estar informado, bem ou mal, sobre determinado assunto. Temos uma grande ferramenta de informação a nossa disposição hoje em dia a internet, mas ela também é uma fonte de conhecimento? A internet realmente está transformando o mundo, as informações deslizam muito rápido, atravessam fronteiras em minutos espalhando-se assim pelo mundo todo. Essas informações ficam a disposição de todos, com uma grande facilidade, possibilitando que qualquer pessoa chegue até elas. Essas informações, algumas de fontes duvidosas, são conhecimentos de fato, ou não?

Não há duvida alguma, que a informação faz parte do conhecimento, todavia, para ela se tornar conhecimento tem um longo e árduo caminho a percorrer. É muito perigoso, confiar em uma gama de informações adquiridas de uma forma corriqueira, e sem rigor algum, pois informação é apenas uma etapa do conhecimento. Precisamos das informações, e nisso a internet é uma excelente ferramenta, claro sempre tendo o cuidado essencial de verificarmos a fonte da informação.

O conhecimento não tem formula mágica, apesar de muitas pessoas acharem que a era digital está aí para revolucionar o processo conhecimento, mas isso é um profundo engano, o caminho para se conhecer algo, é o mesmo desde os primórdios, é um caminho lento, com muitos buracos e poucos atalhos. Para se chegar ao conhecimento de fato pode-se demorar uma vida, ou como alguns pensadores já falaram, se eu vivesse outro tanto talvez chegasse lá.

Ter informações sempre é muito bom, conseguir avaliá-las de uma maneira crítica excelente, agora conseguir administrá-las e armazená-las e converter todas essas milhares de informações que nos chegam diariamente, em conhecimento é estar um passo da genialidade. E um gênio é constituído de muito esforço, e uma pitada de genialidade.

Dia Internacional de Quem?

Algumas coisas são realmente estranhas, de fato não entram na minha cabeça. Passei o dia oito de março inteiro observando o comportamento das mulheres, todas pareciam estar em um estado de graça, pra lá de orgulhosas, uma energia fora do comum brotava dos seus corpos. Oras, era o dia internacional da mulher!
Grandes homenagens, flores pra cá, chocolates pra lá, umas e outras mensagens carinhosas. Mas, enfim, o que realmente significa isso? Será que isso mostra realmente a emancipação das mulheres? Creio que não. Dedicar um dia às mulheres é no mínimo machista, preconceituoso e descabido. Dizer “parabéns pelo seu dia, Fulana”, é na maioria das vezes, dizer: coitadinha, vá em frente um dia você chega lá.
As mulheres não precisam de um dia. Elas têm todos os dias, assim como os homens, os brancos, os negros, os índios, enfim, todos os sexos, raças, cores. Enquanto as próprias mulheres erguerem a bandeira do seu dia, vão estar se condicionando como uma parcela inferior da população.
Quero dar os meus sinceros parabéns a todas vocês. Mas não pelo dia oito de março, mas, sim, por todos os dias. Todos os dias que vocês pintam o mundo com graça, beleza e bravura.

Júnior Grings

Mãos ao alto!

Pura sem-vergonhice o quê a empresa concessionária do transporte coletivo de Santa Rosa, no Noroeste do Estado, está fazendo com os usuários que compraram vales-transporte.
A concessionária está se negando a trocar as fichas verdes pelas azuis, que estão sendo colocadas na praça para coibir a suposta falsificação e a venda dos ambulantes. A alegação para a não-troca é coibir a venda e a estocagem de fichas. Ridículo!
Casos isolados não podem prejudicar centenas de pessoas que contrataram e pagaram (adiantado, diga-se de passagem) o serviço. Se há estocagem e venda irregular que a polícia e os fiscais competentes se encarreguem do assunto.
Sim, a empresa concessionária pode estipular um prazo limite para a substituição definitiva dos vales. Todavia, se não pode trocá-los, que não os venda para pessoas físicas. Venda-os, apenas, para as empresas que precisam fornecer para seus funcionários. Pronto. Claro, como água! Mas se os vales foram vendidos, que sejam trocados!
O Ministério Público já deu o recado: as pessoas que se sentirem lesadas devem recorrer à promotoria para buscar seus direitos.
Ganância tem limite. A verdadeira intenção dos concessionários é ganhar duas vezes. Quer moleza? Senta no pudim!

Júnior Grings

Viciar

Com vistas à última postagem do colega Jonas, vou de alguma forma relacionar o meu texto. Todavia, procurarei limitar o meu texto aos vícios em si. Impossível falar em vícios, sem mencionarmos escolhas, condicionamentos e liberdade. Para tanto, não poderíamos deixar a visão de Jean Paul Sartre de lado.
Sartre, com muita propriedade, acredita que nosso único condicionamento é a liberdade. Estaríamos, segundo ele, fadados a sempre fazermos escolhas. Em qualquer situação, por mais pressionados que parecemos estar a escolha interior de aceitar ou não é sempre nossa. As influências que podemos ter, serão sempre de apegos culturais e sociais. Logo, estão fora de nós, e podemos por elas optar.
Visualizando. A visão de Sartre, com os vícios, conseguimos ver de uma maneira clara, que somos os maiores responsáveis por adquiri-los, mesmo sofrendo influências dos meios em que vivemos e convivemos. Acredito que até aqui não tenhamos grandes novidades. Alguns podem bater um pouco mais na tecla dos condicionamentos sociais, mas isso seria um prolongamento, que a meu ver é pra lá de desnecessário.
Quero aqui, mostrar o que vejo como maior erro de interpretação nesse tema. Somos diariamente bombardeados com frases, como “o cigarro vicia”. Afirmo com imensa certeza que o cigarro não vicia ninguém. Nós que nos viciamos ao fumar. Esse ponto de vista que contraímos de maneira desfocada, e que nos faz inverter o sujeito da oração, é o grande mal a combater. Pois, enquanto jogarmos o objeto com o agente maligno da questão, estaremos afastados da cura e da superação do nosso vício.
Não podemos de forma alguma combater o objeto vicioso, e sim nosso comportamento para com o tal. Uma simples inversão de sujeito faz com que mentalizamos a questão de outra forma, não deixando a escolha para o objeto vicioso e sim para nós, os viciados.

Júnior Grings

Passado, presente e Futuro

Meus botões andam meio que saltitantes. Meu pensamento anda pairando em lugares que ainda parecem desconhecidos. Com isso, minha imaginação, mesmo que nem sempre sóbria, flui de uma forma sagaz e inquietante. Há tempos tenho refletido sobre passado, presente e futuro. Cheguei a uma conclusão que, ao menos esse momento, me parece lúcida e pertinente: somos constituídos de passado. Atos, pensamentos e manifestações que fizemos, nossas atitudes ficam na história. Não podemos apagar o que fizemos e nem nos desfazer disso. O passado, gostando ou não, faz parte de nossas vidas. O presente nada mais é do que uma passagem entre o passado e o futuro. É menor que um estalo de dedos, pois o som desse estalo já é passado. Já passou!

A dimensão do presente é justamente ser um elo, uma ligação que fizemos do nosso passado com nosso futuro. O futuro é o que nos faz viver! É a busca pelo novo. É ele que nos faz acordar todos os dias e ir em frente. O papel do futuro é justamente fomentar nossas ambições e buscas. É no futuro que devemos concentrar nossas forças.

Entretanto, não somos apenas seres que vivem para o futuro. Temos que ter nosso passado sempre em mente. Pois, ele é a medida para o nosso futuro. É a ferramenta que usamos para estabelecer padrões às nossas buscas e ambições. Não podemos almejar novas conquistas se esquecermos nossa história.

Exaltar nossos erros é burrice. É coisa para tolos, mas fugir deles, sem repensá-los, é ser sórdido com nós mesmos. Negá-los às pessoas que nos cercam, pessoas a quem influenciamos e somos influenciados, é o ápice da mesquinhez. Só chegaremos ao ápice das nossas realizações, se conseguirmos estabelecer uma boa relação entre nossos erros e nossas conquistas. Essa relação é a essência do nosso presente, a assimilação do nosso passado e a solidez do nosso futuro. Um abraço a todos.

Júnior Grings

Corrupção e convívio social.

Diariamente ouvimos os meios de comunicação despejando turbilhões de fatos e informações sobre isso. Passam a imagem que estamos ilhados do resto do mundo, afogados nessa sujeira. Realmente parece que nesse chão tupiniquim a roubalheira não tem limites.
Todavia, a corrupção não é um privilégio nosso. A corrupção faz parte da natureza humana. Todos nós, pelo menos alguma vez na vida, já se deixou corromper. Seja em uma fila de banco ou em um pequeno favor que prestamos a determinado amigo com vistas no futuro. Talvez isso possa parecer insignificante, entretanto, identifica bem o comportamento humano.
É natural sermos movidos por interesses, isso é o que nos faz superar os obstáculos da vida. O grande problema em questão não é ser corrupto, e sim o quanto se é corrupto. Quando nossos interesses são desmedidos, geram problemas e transtornos ao social. Isso deve ser combatido. Todavia, o grande responsável por essa batalha é o grupo social, é a sociedade que deve prezar por sua integridade.
Porém essa, por sua vez, fica alienada por seus interesses, não fazendo um bom uso do seu poder na hora certa. Deixando sempre o interesse maior, do grupo social, de lado. Enquanto não agirmos, e não pensarmos de maneira efetivamente social, ficaremos submetidos àquelas pessoas que têm seus interesses pessoais desmedidos. Assim o grupo social vai estar sempre de lado.

Júnior Grings

Destino ou Coincidência?

Quase em ritmo carnavalesco, venho dar minha pequena contribuição aqui no blog. Confesso que os dois primeiros assuntos que eu pensei para essa semana, foram abordados, e muito bem, pelos amigos Everton e Jonas. Entretanto, esse fato me proporcionou uma idéia interessante. Como sempre, me fiz uma pergunta, seria isso o acaso, uma mera coincidência ou prova do destino?
Procurei conversar com algumas pessoas nessas últimas horas sobre o assunto, e quase todas elas apontaram o destino como evidente. Parecia até uma heresia falar contra o destino. Todavia, quando eu as indagava, dizendo que se existe destino, tudo já está programado para acontecer, então não nos cabe mais nada além de esperar. Foi em unanimidade que me diziam que somos nós que fizemos nosso próprio destino. Notem o peso que essa frase toma. “Nós fizemos nosso próprio destino”.
Essa frase realmente mexeu comigo. Talvez seja devido a minha absurda ignorância, que não me permite ver uma coisa tão obvia. Mas, quando penso na palavra destino, algumas coisas me ocorrem instantaneamente. Destino, para mim é destinado por. Para algo, ou alguém destinar, precisa ter poder sobre. Com o poder sobre, onde fica a liberdade?
Não podemos fazer o nosso destino, se é que ele existe. Não somos dotamos de poderes sobrenaturais para isso. Cabe a nós apenas viver nossa vida, os fatos acontecem corriqueiramente de forma natural. A única interferência que sofremos vem das relações sociais. Relações que mesclam culturas, e indivíduos que na sua convivência geram fatos curiosos, que parecem estar escritos para acontecer. Todavia, não passam de mera coincidência.
Júnior Grings

Escrever certo, ou ser compreendido?


Para o lançamento do blog do capeta, nenhum assunto mais pertinente do que falarmos da linguagem usada pelos internautas. O que alguns chamariam de “miguxes”, uma linguagem carregada de símbolos e abreviações. Muitos chamam isso de uma aberração do português, uma verdadeira afronta a uma língua tão rica e bem elaborada. Consideram um grande obstáculo, para o desenvolvimento da intelectualidade dos adolescentes. Mas será que ela é tão ruim assim? Se pararmos um pouco para pensar na principal função da linguagem ela seria tão inadequada assim?

Demorei algum tempo, para perceber que o elo fundamental da comunicação e expressão, é a compreensão que conseguimos dar quando nos expressamos. Logo, escrever de forma diferente e ser compreendido, não é tão errado assim. Outro fator a considerar é que a linguagem é viva, e sempre é moldável pela história e pelos seus usuários. Palavras nascem todo dia, se modificam pelo sotaque, significância e usuabilidade.

Estudiosos dessa área, mencionam muito uma tal de “condição ideal de fala”, o que eles consideram a parte fundamental da linguagem. Embora, para eles seja impossível chegar a tal condição, pois, para tal, todas as pessoas envolvidas em determinado diálogo, deveriam ter exatamente a mesma compreensão e significado, de cada expressão utilizada. Entretanto, isso não significa que devemos deixar de buscar essa condição, quanto mais próximo dela, mais próximos estamos da compreensão plena.

Então amigos, tudo é válido para se chegar a “condição ideal de fala”, o “miguxes”, mesmo ferindo profundamente o português, é plenamente aceitável como uma manifestação nata de linguagem. Todavia, devemos sempre ter presente que para muitas pessoas ele é desconhecido, e por isso, devemos com elas recorrer ao bom e velho português. Abraço a todos.


Júnior Grings

Perfil do Júnior Grings

Everton Maciel

Apesar da titulação de editor-chefe do Blog, Júnior Grings é um Capeta como os outros. Ganhou esse título por ser o idealizador dessa história toda. Sua postura de menino ignorante, aliada a sua pretensa formação acadêmica no curso de Filosofia dão o mote aos seus textos. Crítico por convicção, dificilmente concorda com as coisas:

“Existe sempre uma crítica a se fazer. Seja o assunto que for”, chateia Grings.

Ele, de vez em quando, ataca com textos de ficção, principalmente quando suas crises sentimentais estão borbulhando. Sim, envolto às paixões. Mas como não consegue olhar nada sem uma visão crítica acaba sempre na frustração.

O Blog do Capeta para nosso editor-chefe, é uma coisa muito séria. Para ele, ser blogueiro é ter um contrato diretamente fixado com o leitor, sem intermediários:

“O Blog precisa satisfazer o leitor a cada instante, a cada linha. Sem perder suas convicções, e tendo muito cuidado para não virar uma modinha da internet”, explica ele que aceita, tranqüilamente, o título de chato.

Conciliando as tarefas do Blog, o curso de Filosofia, as atividades relacionadas com topografia (seu ganha pão) e a política, esse jovem blogueiro pensa em encaminhar sua vida:

“Não quero ser rico, minha ambição é, apenas, viver bem, para conseguir manter minhas convicções e para, futuramente, poder virar um criador de ovelhas”, profetiza o editor.

Perfil do Everton Maciel

Júnior Grings

Quando concluiu o curso técnico em Comunicação e Artes, Instituto Educacional Visconde de Cairu de Santa Rosa, no Noroeste do Rio Grande do Sul, em 2003, Everton Maciel já trabalhava na Empresa Jornalística Noroeste há dois anos. Desde então, exerceu seu trabalho coligando reportagens de rádio e jornal. Manteve coluna semanal na edição eletrônica do Jornal Noroeste e, mais recentemente, passou a condição de colaborador do Blog do Capeta.

“O blog é uma brincadeira para alguns, mas, no século 21, temos aí uma das mais dinâmicas formas de exercer o jornalismo pleno”, comenta Maciel. “No blog, a coisa funciona diferente: nos jornais ou nas revistas o corretor, o editor, o redator e a faxineira são culpados dos erros que são publicados... e, sendo que há vários culpados, não há culpado algum. Ninguém sabe... ninguém viu... mas no blog a responsabilidade é do blogueiro. Ele é culpado. É o único responsável. Só ele! Isso ensina a respeitar os limites. A fazer jornalismo sério e comprometido, mas com respeito. Todo jornalista precisaria ter um blog”, acrescenta ele.

Até fevereiro de 2008 foi repórter em matérias especiais para o Jornal Noroeste, âncora e editor do Giro da Notícia, noticiário da Rádio Noroeste AM 890 que vai ao ar de segunda a sexta-feira sempre ao meio-dia. Agora, Maciel saiu de Santa Rosa para concluir o curso de Filosofia (iniciado na Unijuí) na Universidade Federal de Pelotas, no Sul do Estado. Ele só trabalha pensando em uma coisa: “Preciso ficar rico... rico, não. Melhor: arquibilhardário! Só que está difícil. Jornalista ganha pouco e, se é honesto, aí ferrou!”, debocha Everton.