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Transversalidade disciplinar?

Júnior Grings

Chega. Vamos colocar um ponto final nessa hipocrisia. Estamos confrontados com uma das questões mais profundas e importantes da história do Brasil, e ainda temos pessoas afiliadas à idéias ultrapassadas, incoerentes e, quem sabe (eu disse quem sabe), mal intencionadas. Falo da obrigatoriedade da filosofia no ensino médio. A portaria do governo federal está aí, mas os estabelecimentos de ensino, principalmente públicos, estão agarrados em uma argumentação cômica.
Fala-se de uma tal de "transversalidade disciplinar", onde acreditam que matérias como filosofia e sociologia, tenha que ser ensinada dentro da gama de disciplinas existentes. Afirmando que a formação humanística do cidadão deva estar dentro da gama das ciências práticas, como matemática, português, etc . Tudo muito bonito, e bem explicado. Será?
Que disciplina, se não a filosofia, poderia estabelecer o diálogo entre as disciplinas? Como posso conceber tal teoria, se queremos colocar em segundo plano a ciência-matriz que explora o conhecimento, a linguagem, a lógica e a antropologia (os reais pilares de todas as outras ciências). Falar em transversalidade do ensino é falar em filosofia! E por que justamente ela deve ser subtraída em detrimento de um suposto "conhecimento prático"?
Precisamos ir além: por que confiaríamos em um sistema educacional falido, que já provou ser ineficiente na produção de cidadãos críticos e pensantes? Alguém arriscaria responder: quantas pessoas que saem dos bancos universitários são capazes de falar com lucidez de temas como ética, liberdade, conhecimento, religião e política? Pasmem: são essas as pessoas que, segundo a teoria acima, devem promover um diálogo "filosófico" entre as disciplinas.
Vejo aos montes futuros professores que não conseguem diferenciar informação e conhecimento. E ainda assim devo dar carta-branca a eles? Para cada um, dentro da sua disciplina, formar os cidadãos brasileiros do futuro? Desculpem, mas não posso assistir a tudo isso em silêncio.
Transversalidade já! Mas que ela seja gerida pelo rigor filosófico.

Sobrando dinheiro

Redação

“Interessante.... Há 10 anos viajam à Capital Federal para reivindicar recursos necessários para o desenvolvimento dos municípios. Reúnem-se na distante Brasília, e, muitas vezes, retornam sem soluções aos principais problemas.Pergunto: para que servem as representações estaduais eleitas pelo povo. Os deputados federais não seriam porta-vozes destas reivindicações? E aquelas representações das autarquias existentes nos Estados, para que servem afinal, só para empregar os "amiguinhos"? Se não há recursos, ou são escassos, quem paga a conta da viagem?Afinal, quem marcha, os prefeitos ou o povo?”

O texto acima postado no nosso blog na última terça-feira dia 10 de abril. Questiona a ida dos prefeitos a Brasília com muita propriedade. O que poderíamos dizer então do município de Horizontina, no noroeste gaúcho, que teve sete representantes no encontro? Imensa preocupação com o município ou excursão com o dinheiro público?

A beira do Abismo

Júnior Grings

A grande maioria das escolas estaduais do interior do estado do Rio Grande do Sul estão agonizando. Não só pelo péssimo estado de conservação, ou pela falta de recursos e repasses do governo estadual. Mas também pelo crime educacional que se comete em nome da saúde financeira do estado.

A falta de professores em determinadas disciplinas é assombroso, sem poder contratar escolas são obrigadas a remanejar seus quadros, colocando, boa parte das vezes, professores sem a menor formação em algumas áreas. Isso quando os têm. Algumas instituições chegam ao ponto de liberar os alunos determinados dias pela falta de profissionais. Quando não trocam dias letivos por dias de mutirão de limpeza nas escolas.

Como sempre quem paga a conta é a população, em casos com esse, duas vezes. Recolhendo os impostos, e também déficit na formação dos cidadãos. Precisamos acabar com essa salada de frutas na educação pública já. Professores bem formados, motivamos e trabalhando dentro do seu quadro de especialização é o mínimo que o estado precisa manter. Do contrário nunca sairemos da crise.

Super Homem

Júnior Grings

Talvez estarei discorrendo sobre um assunto forte, e altamente censurável pela maioria das pessoas. Todavia, penso ser muito pertinente escrever sobre isso. Os deuses acompanham o homem desde o começo da história da humanidade. É inegável a adoração do homem pelas divindades. Trata-se de um papel fundamental na sobrivivencia da humanidade. Sendo assim, a religião assume um status nobre e evidente nas nossas vidas.

Jamais questionarei Deus ou a religião, irei, sim, questionar o homem, ou melhor, a maneira com que o homem coloca Deus em sua vida. Por mais que isso pareça definido, que a grande maioria ache isso certo e indubitável, não estamos a serviço de Deus, ou ao seu dispor.

É sim, exatamente, o contrário: Deus está a nosso serviço. Talvez, isso soe como uma profunda heresia. Ao que me parece, nós somos homens. Portanto, os verdadeiros donos e soberanos de nossas vidas, e tudo que criamos e demos vida, precisa estar ao nosso dispor. A magnitude do homem é exatamente essa: estamos imbuídos de um poder para criar ferramentas para facilitar nossa vida. Somos tão perspicazes e eficientes nisso que, muitas vezes, parece que essas ferramentas não podem ter saído de nós.

Porém, devemos levar em conta, que essas ferramentas não saem do homem comum, ou do simples homem, e sim, daquele que joga sua vida ao dispor do mundo e das pessoas. Um homem que seja forte o suficiente para se subtrair em nome de todos. Um, digamos, “Super Homem” o verdadeiro deus, aquele que cria e dá vida às ferramentas do dia-a-dia.