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Acreditar não é o problema

Júnior Grings, Campos Lindos - TO

Não sou contra qualquer manifestação religiosa, até acho que a religião deve ter um espaço para várias demandas do senso comum. Todavia, esse espaço deve ter limites de sanidade, tolerância e fanatismos. Sou ateu, talvez até cético, e não estou em nenhuma cruzada contra a religião, mas quero ponderar algumas perspectivas que carrego comigo.

Deus é um fenômeno metafísico – do grego meta: além, depois – além do físico, então. Com isso é pouco provável, para não dizer impossível, achar alguma explicação científica para esse fenômeno. O que não prova nada, nem o existir, nem o não existir. Simplesmente é algo que não podemos explicar. O leque aqui abre tanto para crer e quanto para não crer. Não vou comentar aqui as outras formas de crenças, com outros “deuses” ou algo em seu lugar. Se o fenômeno vai além do físico, entra tudo no mesmo saco.

Deus não é o principal pilar da religião. O principal pilar é a fé, um acreditar em (algo), isso que mantém de pé a religião. Se num acaso desses únicos do destino descobríssemos meios de provar a existência ou a não existência de deus, não acabaria a religião nem o ateísmo. A religião está acima de deus. Ela é a soma desse acreditar em (algo), de muitas pessoas. Ela é a fé.

A crença precisa ser espontânea e nenhum dos sacrifícios em prol dela deve prejudicar o andamento da vida de uma pessoa. Religião está virando uma ferramenta de massificação de soluções, ministradas por alguns insanos interesseiros. Esse movimento está tomando uma proporção assustadora e não existe nenhum movimento para combater isso. Tanto por parte dos que não crêem, quanto daqueles que crêem de maneira contida e ajuizada – felizmente ainda a maior parte. A falta de estrutura intelectual da população faz com que ela se torne refém. E os soldados do deus, a qualquer custo, estão se multiplicando. E, acreditem, eles querem chegar ao poder.

Upando comentário

Achei apropriado subir para o corpo do Capeta esse comentário. Mais de uma vez fui acusado de sonegar a participação de pessoas que discordam da opinião do nosso blog. Não é bem assim. Quando a educação mínima é mantida, costumo publicar opiniões que trafegam na contramão da nossa. Eis o exemplo daquilo dito pela estudante de Comunicação Social e Letras Liciane Brun:

"Olá. Dia desses parei nesse blog e fuçei.. bastante! Confesso que comecei a ler mais ainda quando li algumas opiniões tuas acerca do Jornalismo, e o tal empasse da obrigatoriedade - ou não - do diploma pra exercício da profissão. Sei bem que blogs são espaços completamente democráticos, por isso escreves o q escreves, e aqui tb posso explanar minha opinião sobre o q li. Discordo em muitos - muitos!- pontos, a começar pela tua descrição: gostaria que me apontasse apenas UM jornal que seja o MAIS procurado e o MAIS lido(como disseste), e que NÃO tenha um redator ou editor-chefe, formado, no Brasil. Depois de tudo que li, te faço uma pergunta, Everton... se gostas tanto de praticar o Jornalismo ( e pelo que vi, gostas), por que não escolheste te aperfeiçoar nessa área, em vez de seguir a Filosofia? Pode ser uma pergunta intrometida, mas tiraria minha dúvida sobre esse "quase recalque" de alguém que defende tanto a não obrigatoriedade do diploma, gosta TANTO da área e ainda assim não segue. Lembro aqui da frase que tu mesmo transcreveste em um texto de Marcelo Soares... "o melhor jeito de se aperfeiçoar como jornalista é estudando jornalismo". Então, simples... se gosta tanto, faça. não serão necessariamente as faculdades que te aperfeiçoarão, mas tu vais te aperfeiçoar com elas, certamente. Abraço"

Vai minha resposta

Esse é sim um espaço que pode ser julgado como democrático. Citei textos do professor Marcelo e outros que não concordam com ele. Defendemos a não obrigatoriedade do diploma desde muito antes do caso ir parar no STF. A linha de apoio do que usamos, tentando fazer uma descrição daquilo que pensamos ser um jornalista, não foi elaborada na semana passada para alguma reunião de faculdade. É um trecho do jornal A Reforma, de Poa, datado em 1870. Já citamos o texto completo mais de uma vezes e omitimos a fonte original na linha de apoio por questões de simplicidade. Quanto a pergunta que fazes, "por que estudo filosofia?", a resposta é mais simples: estudo para não fazer esse tipo de pergunta. Estudo, porque pratico um tipo de jornalismo que me permite isso. Edito áudio, vídeo, texto e não vou desaprender a fazer isso estudando filosofia. Quando vivermos num país sério - eis um golpe de esperança, ao menos - as graduações em CS deixarão de serem levadas em consideração e o jornalismo será feito de humanidade: filosofias, letras, histórias, pessoas.

Mão-de-obra

Não se faz campanha política sem mão-de-obra, ela pode ser paga ou não, mas é parte essencial do trabalho eleitoral.

Mas pessoas só podem vender algo que acreditam ser o melhor. Então, na hora de selecionar as pessoas para trabalhar é preciso ter esse cuidado. As pessoas precisam conhecer as propostas do seu candidato e acreditar nelas.

Cabos eleitorais precisam estar afiados e treinados e, para tal, precisam ter qualidades. Boa conversa, tranquilidade, postura e educação.

Bons cabos eleitorais percebem logo o eleitor que está suscetível a mudar o voto, ou está indeciso, perder tempo com pessoas convictas é desnecessário. E, ao mesmo tempo, bem convidativo aos que estão defendendo um candidato com a emoção.

Por isso, é bom sempre monitorar as pessoas nas ruas e orientar, mesmo aquelas que estão ali por amor.

Novo vs. Experiência

Muitos candidatos são traídos por esse duelo, e fazer uma avaliação equivocada desses dois conceitos praticamente tira as chances de uma candidatura decolar. Temos a necessidade de ter presente que toda campanha política tem como pressuposto algum tipo de mudança. As pessoas têm a oportunidade de mudar, e realmente querem fazer isso. Talvez isso seja o grande mérito da democracia: se errar em uma escolha, temos a oportunidade de mudar logo ali na frente, e não precisaremos esperar muitos anos, ou até mesmo gerações como em alguns outros sistemas políticos.

Aí vem o pulo do gato, as pessoas querem mudança, mas, querem sentir segurança. Segurança que é sempre a marca da experiência. Um candidato precisa passar segurança aos eleitores. Segurança para fazer as mudanças necessárias, sem comprometer o que está andando.

Nunca esqueçam: grandes políticos em suas esferas nunca podem ser declarados fora do páreo. Eles já realizaram obras que beneficiaram diretamente alguém, e esse alguém sempre conhece outro alguém.

Nosso candidato precisa ter algo novo a oferecer, mas sempre com a segurança de alguma experiência, que às vezes pode simplesmente ser o aval de algum grande político.

Qual o estilo ideal para um bom babaca?

Nesse campo, algumas discussões sempre vêm à tona. Alguns defendem o velho terno, outros que o candidato não deve ser almofadinha, alguns querem um candidato camaleão. Enfim qual é o estilo certo?



Bem óbvio que o candidato deve ter um comportamento relacionado com cada ocasião, entretanto, não deve ser transformado nunca em um camaleão. Devemos é analisar bem o perfil do nosso candidato, o cargo que ele está concorrendo e os meios que queremos inseri-lo.



O estilo do candidato deve ser pensado e discutido. A opinião dele deve ser levada em conta sempre, porque acima de tudo ele deve estar à vontade dentro do estilo proposto. Tenho algumas regras para esse tema:



Trajes: O candidato deve ser notado sempre, mas não por extravagâncias, principalmente em seus trajes.



Botons e adesivos de peito: aceitável, mas apenas um. Parecer árvore de natal só em dezembro, as eleições são em outubro.



Limpeza das roupas: O candidato precisa mostrar que mesmo no suor do trabalho mantém a aparência, sujeira na roupa chama atenção de longe principalmente para as mulheres.

Anfitrião: Regra básica de qualquer protocolo, a pessoa mais importante do evento é o anfitrião, nunca, mas nunca, pense diferente disso.



Classe e educação:
Você está sendo avaliado todo o tempo por alguém, portanto, seja educado e tenha classe.

Humildade: Principalmente para cumprimentar as pessoas.



Naturalidade: O candidato deve ser sempre o mais natural possível, maquiagem é muito válida, mas ela precisa parecer natural.



Elegância: Cada evento ou situação exige uma elegância específica, se não souver como as pessoas estarão vestidas em determinada ocasião, pergunte antes, não tente adivinhar.



Vamos voltar a esse tema, quando escolheremos o nosso candidato, e darmos início a elaboração da sua campanha.

Escolhendo o babaca

Não é qualquer babaca que pode ser um candidato com chances de se eleger, essa pessoa deve ter algumas qualidades. Não se preocupem, não tem nada haver com ética, propostas, ideais revolucionários, nada disso.

Nosso babaca deve ser ou ter:

Alguma inserção social – mais isso pode ser providenciando com algum tempo antes da campanha;

Capacidade de captação de recursos – é necessário ter pessoas dispostas a apostar dinheiro na candidatura do babaca, pessoas com dinheiro a procura de um babaca para apostar também funciona;

Acreditar nas próprias propostas – isso é extremamente necessário, mesmo que ele não tenha propostas, ele deve ter capacidade de acreditar nas propostas que as pessoas dispostas a apostar dinheiro na campanha dele vão lhe dar.

Todo o resto vai ser nosso trabalho de moldar, montar, planejar e organizar.

Considerações iniciais

Para começar nossa série, é necessário uma pequena introdução sobre princípios básicos de uma campanha e sua publicidade. Não sou nenhum doutor no assunto e, possivelmente, muitos profissionais bons podem ser encontrados com mais conhecimento no assunto. Entretanto, relatarei aquilo que acredito ser realmente válido. Um site que recomendo para quem quer aprofundar no assunto é o Política para Políticos.

O marketing político tem muito mais semelhanças do que diferenças do marketing de produtos, no entanto, as diferenças são muito mais significativas. Por isso, para eleger um babaca precisamos ter isso bem em mente. Nosso papel é vender um ideal, uma esperança, um sonho e não uma garrafa de refrigerante.

Outro conceito que é importante, é que em toda campanha política duas coisas sempre faltam. Dinheiro e tempo. Eu disse sempre faltam, em qualquer campanha que seja. Por mais dinheiro que um candidato tenha disponível, no momento crucial da campanha – as duas últimas semanas, faltará fundos em alguma área ou atividade que precisa ser executada. O mesmo acontece com tempo, aqueles compromissos e visitas adiados no início da campanha acumularão de tal forma no desfecho eleitoral que às 24 horas diárias parecerão 4 ou 5 horas.

Como eleger um babaca

Por Júnior Grings – Troteando pelo mundo

Não sei se todos aqui sabem, mas tive até hoje uma vida política intensa, principalmente nos bastidores da política da minha cidade no interior do Rio Grande do Sul – Horizontina – fui eleitor, militante, filiado, dirigente partidário, coordenador de campanha e até candidato. Por motivos pessoais, me retirei por hora desse ambiente, não marquei hora e nem lugar para voltar, mas isso pode é provavelmente acontecerá.

Com base na minha pequena experiência em cada instância da política partidária e eleitoral pensei em montar uma brincadeira junto com o pessoal que nos acompanha aqui. Uma série de publicações titulada de "Como eleger um babaca". Mas a série só irá vingar se conseguir a colaboração dos leitores desse blog.

Como colaborar? O primeiro passo é um voluntário a babaca. O quê? Devem estar pensando vocês, quer que alguém seja babaca. Isso mesmo, preciso de um voluntário com uma foto de boa qualidade, para darmos os passos iniciais. Então pessoal a continuação dessa série depende de vocês.

Mais uma eleição

Por Júnior Grings – Troteando pelo mundo.

Estamos próximos de mais uma eleição presidencial, junto com nosso ato de escolher nosso futuro Presidente, teremos a chance também de escolher Governadores, Senadores e Deputados. E o que mais me constrange nisso tudo é que mais uma vez vamos ficar longe, mas muito longe, de um debate político de verdade.

Talvez o período eleitoral seja justamente para discutir propostas, ataques pessoais mútuos e obras faraônicas. Entretanto, a exposição clara de cada partido pelo seu sistema político sempre fica comprometida. Parece que os grandes partidos nacionais não querem mostrar realmente seus ideais, os pequenos não têm espaço e nem prestígio para isso e os medianos ficam na espreita da cumplicidade.

Não se trata de comunismo x capitalismo. Estou falando de um debate sobre as verdadeiras obrigações do estado, os setores que o estado deve interferir ou aqueles que ele deve se retirar. Privatizar ou não privatizar? Estatizar ou desestatizar? Não são perguntas que devem ser respondidas por sim ou não, por farei ou não farei, por quero ou não quero.

Esse debate fica longe dos períodos eleitorais por assustar boa parte dos eleitores. Assim com boa parte dos temas políticos polêmicos e necessários. E com os políticos dizendo que não o fazem porque não é isso que os eleitores querem discutir. E enquanto isso, o tempo vai passando.

Tem fogo?

Júnior Grings – troteando pelo mundo.


- O Senhor fuma?

- Hein? Falaste comigo?

- Sim. O senhor Fuma? Perdi o meu isqueiro e estou querendo ascender um cigarro.

- Já fumei por algum tempo, mas acredito que parei.

- Acredita? Ou o senhor Fuma ou o Senhor não fuma.

- Da mesma forma que não sou senhor, acredito que parei de fumar. Não posso ter essa certeza. Aliás, ninguém pode ter certeza alguma. Quais as tuas certezas?

- Minha certeza é que preciso fumar um cigarro, no entanto não tenho fogo. O senhor é um pouco estranho.

- Ah. Fogo! Tens certeza?

- Sim. Tenho certeza que não tenho fogo!!!

- Não, não. Tens certeza que sou estranho?

- Ahnn?

- Esquece. Estou um pouco atrapalhado. Mas aquela moça que se aproxima tem fogo.

- Conhece ela?

- Não tenho certeza.

- Como o senhor sabe que ela tem fogo?

- Não sou senhor.

- Estou quase certo disso.

- Que eu não sou senhor?

- Não. Que o senhor é estranho.

- Hei! Moça você tem fogo?

- Lauriane.

- Como sabe o meu nome?

- Não sei, apenas imaginei que fosse.

- Definitivamente o senhor é estranho.

- Não sou.

- O senhor é estranho.

- Não. Não sou senhor.

- Eu hein. Vou deixar vocês aqui, e seguir.

- O senhor é tão estranho que assustou a moça.

- Seu cigarro apagou.

- Não estou mais com vontade de fumar.

- Estranho!?

- Às vezes acontece isso comigo.

- Não, estou me perguntando se sou estranho, se sou senhor.

- O senhor é um estranho meio confuso.

- Não.

- Já sei. Não é senhor.

- Não. Não estou confuso. Tem certeza que pareço estranho?

- Estou.

- Estou? Você quis dizer pareço?

- Não. Eu estou confuso.

- O que estamos fazendo aqui parados mesmo?

- Esperando fogo para ascender o cigarro.

- Mas você não quer mais fumar.

- É. Estranho!

- Estranho não querer mais fumar?

- Não. Estranho que não seguimos nossos caminhos.

- Verdade. Estou ficando velho, estou confuso e isso me deixa um pouco estranho.

- Ainda bem.

- Ainda bem que eu reconheço isso?

- Não ainda bem que a Lauriane está voltando, vou poder fumar agora. Hei Lauriane...

Questionamento

Júnior Grings - Carolina MA



Olá amigos, de outrora. Andei sumido demais desse espaço. Passei por alguns problemas de personalidade, não que eu tenha finalmente criado uma. Sem mais, vamos ao que interessa, ou talvez nem interesse tanto assim. Relações de dependência entre os seres humanos são, ou ao menos parecem, algo inevitável. Precisamos criar ciclos de produção para viver nos tempos atuais. Produção de alimentos, roupas, conhecimentos, entretenimentos e assim por diante. Mas isso não tem novidade alguma, nem no fato que vai aparecer alguém dizendo que a natureza está aí, e que podemos nós mesmos extrair dela tudo que for necessário para a nossa sobrevivência.



Bem nesse ponto, surge algo que gostaria da ajuda dos leitores do Capeta, se é que ainda restou algum depois desse temporal de marasmo. Podemos ainda pensar em um ser humano independente, mesmo ignorando a racionalidade e os conhecimentos conquistados pela humanidade? Ou seja, uma pessoa totalmente isolada de tudo, pode viver em independência? Os ciclos de produção que agem diretamente no ambiente não criam uma dependência pela preservação dos recursos naturais?



Gostaria ver a opinião de vocês sobre esse assunto.