Suportar a frustração é um dos maiores desafios que enfrentamos
no decorrer de nossa vida. Ter a dimensão que ela é inevitável ajuda muito, mas
nem isso diminui o nosso sofrimento quando ela chega. Essa dor é exponencialmente
aumentada porque as frustrações estão ligadas a desejos e não a nossas
necessidades. E existe uma grande diferença aí nesse ponto. Necessidade é tudo
aquilo que realmente precisamos em nossa vida, desejo é o que necessitamos
somado a uma fantasia.
Cito um exemplo, tenho fome, comer é uma necessidade, logo qualquer alimento satisfaz minha necessidade. Agora, quando digo quero comer um talharim a bolonhesa, estou falando de um desejo. Fui além da necessidade, coloquei minha imaginação, criei uma fantasia que até água na boca dá. Claro que isso é uma simplificação teórica, daqui poderíamos tirar mais alguns metros de pano e alguns quilos de manga. Mas o objetivo não esse.
Então, voltando a frustração, podemos afirmar que é
justamente ela que nos molda enquanto pessoas. A maneira como vivenciamos, administramos
e enfrentamos nossas frustrações nos deixa melhor a cada dia. Como isso podemos
até gozar melhor nossas conquistas. Afinal, fizeram parte dela também
frustrações.
Quando um pai ou uma mãe paulatinamente evitam as
frustrações de um filho, estão na verdade roubando uma parte valiosa do amadurecimento
do filho. Frustrar-se com uma amizade ruim na infância, pode fazer um adulto
nem confiar demais a ponto de ser vítima de um golpe, nem desconfiar sempre a
ponto de nunca querer arriscar a fazer novos negócios ou novas amizades, por exemplo.
Outro papel importe da frustração é nos livrar do tédio,
pois, realizar todos os nossos desejos seria no mínimo entediante, pra não
dizer profundamente enlouquecedor. Sofrer precisa fazer parte de nossa vida,
para melhorarmos a cada dia. Não estou aqui fazendo apologia ao sofrimento, isso
seria sadismo. Estou apenas afirmando que a frustração faz parte da vida, e esse
queremos um mundo melhor com pessoas melhores precisamos conviver com ela.
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