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Entre as petulâncias do tempo

Júnior Grings

Entre as petulâncias do tempo, encontrei minha vida jogada em uma estante. Passei a folhá-la com calma, parecia que definitivamente não tinha participado dela. Não era falta de intensidade, muito menos sobra de sanidade, era minha vida até aquele capítulo. Enquanto buscava explicações sobre os mais bizarros e normais acontecimentos, uma pergunta martelava minha lucidez. Qual o sentido, porque pensar nisso?

Não conseguia encontrar uma resposta, ou talvez isso me amedrontasse. O mais estranho era temer algo que não era claro, um ponto nebuloso, justamente como o presente se apresenta ao tempo. O presente não é nada a mais do que um estalo de dedos. Nesse compasso minhas convicções começavam a entrar em um conflito. A melancolia definitivamente dava tons musicais aos meus pensamentos.

Estava longe de não saber quem eu era, entretanto não tinha sentido algum tudo que eu já tinha feito. Pensei em passar a borracha em tudo, como se isso fosse possível, de bate pronto percebi que não conseguiria reescrever meu passado, eu não conseguia nem dar rumo ao meu futuro. É, tudo levava a crer que estava perdido.

No entanto, só pode estar perdido quem está em busca de alguma coisa, e de forma alguma eu poderia afirmar isso, não enquanto eu apenas estivesse folhando a minha vida.

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